SÃO PAULO - O funcionalismo público estadual liderou o número de greves em 2011, aponta pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese). Das 544 paralisações realizadas no ano passado no país, 145 foram convocadas por funcionários dos estados.
O número cresceu cerca de 66,6% em relação a 2010, quando foram realizadas 87 greves no setor. Naquele ano, o funcionalismo público municipal foi o que mais convocou greves -122 no total, caindo para 109 no ano passado.
No total, o funcionalismo estadual no país parou durante 24.282 horas no ano passado, número muito superior ao de 2010 (13.330). Foi o maior crescimento entre todos os setores públicos e privados no período.
Duração
A pesquisa do Dieese apontou que as greves no setor público tendem a durar mais tempo do que as do setor privado. Enquanto na esfera privada nenhuma greve ultrapassou os 60 dias de paralisação em 2011, na esfera pública, 10,8% das greves ultrapassaram esse período, e 2,7% delas superaram os 90 dias.
A maioria das greves, no entanto, não ultrapassou os cinco dias de duração -66,9% delas na esfera privada, e 45,6% na pública.
Especialistas do Dieese afirmam que a falta de regulamentação para negociações coletivas no setor público explicam a maior duração das greves nessa esfera. A paralisação mais longa, muitas vezes, seria um motivo para pressionar a abertura de negociações.