O corte nas taxas de administração dos fundos de investimento dos bancos foi acelerado neste ano para acompanhar a queda dos juros, mas o investidor ainda precisa garimpar para encontrar uma aplicação com rentabilidade atraente. O encargo médio dos fundos referenciados na variação da taxa de juros do mercado interbancário (DI) chegou a 1,25% em 2012, contra 1,65% em 2007, conforme a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Esse patamar, porém, não seduz os analistas, que consideram que um fundo DI só começa a ser vantajoso quando a taxa de administração estiver abaixo de 1% ao ano.
Influência
O professor de Finanças Paulo Vieira explica que a taxa de administração dos fundos influencia, e muito, a rentabilidade da aplicação. O encargo incide sobre o patrimônio do fundo e, por esse motivo, come parte do rendimento obtido. Nos tempos de juros na casa dos dois dígitos ao ano, uma taxa de 3% passava despercebida. Mas agora, com a taxa de juros básica (Selic) em 7,5% ao ano, um encargo de 3% passa a ser representativo.
Por isso, é inevitável a analise das inúmeras opções de fundos existentes no mercado. Tomando como referência a taxa Selic de 7,5% ao ano, com taxa de administração de 3% anuais, um investimento de R$ 1 mil em um fundo DI pode render, em 12 meses, cerca de R$ 32, já descontado o Imposto de Renda sobre a rentabilidade.
O ganho obtido vai ficar muito abaixo do rendimento da caderneta de poupança. No mesmo intervalo de 12 meses, uma aplicação de R$ 1 mil na poupança vai render R$ 55, considerando-se a rentabilidade de 70% da taxa Selic mais a variação da Taxa Referencial (TR).
De acordo com Vieira, a escolha da aplicação mais adequada vai depender do perfil do investidor. “Para escolher o melhor fundo, o cliente deve analisar a quantia a ser aplicada, o tempo que ele pretende deixar o dinheiro parado e a tolerância ao risco”, afirma Vieira. l