Gás natural do São Francisco vai baratear o combustível

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
26/04/2013 às 10:52.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:11

A extração comercial do gás natural da Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, pode reduzir o preço do combustível no país e ampliar a competitividade do insumo frente às demais fontes de energia. “A região é boa, não temos dúvidas de que há gás na Bacia do São Francisco. Resta saber se tirar o gás de lá vale a pena. Aliás, esta é a pergunta que não cala”, afirmou o superintendente de gás da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Roberto Ferreira Borges, durante o 4º Fórum de Inovação e Tecnologia (FIT), encerrado na última quinta-feira (25) na sede da estatal.

Hoje, o custo do gás natural gira em torno de US$ 14 por milhão de BTUs (unidade que equivale a 28 metros cúbicos e é utilizada em todo o mundo para comercializar o combustível). Em Minas Gerais, segundo Borges, o consumo diário gira em torno de 3 milhões de metros cúbicos por dia. Porém, segundo a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), o Estado tem potencial para chegar a 15 milhões de metros cúbicos.

Para o coordenador do grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Edmar Luiz Fagundes de Almeida, o preço do insumo é fundamental para que a demanda reprimida se transforme em realidade. “Até 2025, a demanda da indústria siderúrgica, por exemplo, que é vital para Minas Gerais, pode dobrar se o valor do gás passar de US$ 14 por milhão de BTU para US$ 7”, diz. Isso, em um cenário de cogeração, em que o gás seria utilizado para gerar calor e eletricidade, por exemplo.

Outro ponto que pode agir como entrave à expansão de mercado do gás natural e precisa ser revisado no Brasil é a distribuição. Em Belo Horizonte, por exemplo, a malha residencial está em implantação e atinge apenas parte da região Centro-Sul. No entanto, na avaliação do superintendente de gás da Cemig, a possibilidade de extração do combustível da Bacia do São Francisco poderia ser suficiente para, além de reduzir o preço do insumo, impulsionar a rede de distribuição. “A ampliação da malha é consequência do número de clientes”, afirma.

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