O conglomerado gaúcho Gerdau vai investir R$ 5,8 bilhões, sendo a maior parcela na expansão da produção de minério de ferro em Minas Gerais. Com extração de 11,5 milhões de toneladas ao ano atualmente, as minas da siderúrgica vão atingir 24 milhões de toneladas anuais até 2020. O investimento alçará a siderúrgica ao posto de quarta maior produtora de minério de ferro do Brasil, atrás apenas da Vale, Samarco e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Os recursos serão alocados na mina de Várzea do Lopes, entre os municípios de Itabirito e Moeda, e na mina Miguel Burnier, situada em Ouro Preto. O investimento foi formalizado ontem em solenidade no Palácio da Liberdade.

Os investimentos contemplam a expansão da unidade de tratamento de minério 2 (UTM 2), com conclusão do projeto programada para o fim de 2016. Essa unidade produz 5 milhões de toneladas de minério ao ano e chegará a 11 milhões de toneladas anuais.

Será construída uma nova unidade nesse segmento, a UTM 3, que deverá iniciar sua operação ao término de 2020 e terá capacidade para 12 milhões de toneladas por ano.

O presidente da Gerdau, André Gerdau, observou que parte da produção, entre 6 milhões e 7 milhões de toneladas, será para consumo próprio da companhia em seus altos-fornos. O restante será comercializado. Ele ainda disse que, após ver fracassada a tentativa de buscar um sócio para tocar os projetos em mineração, a companhia decidiu investir com recursos próprios. “Teremos uma participação relativamente pequena no mercado internacional, mas no Brasil seremos importantes”, afirmou.

Durante as obras, a geração de empregos chegará a 9 mil postos de trabalho. Na fase de operação, 2 mil profissionais serão contratados.

A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, disse que o investimento dará maior competitividade à empresa com a verticalização da produção de aço, o que beneficia também a economia mineira. “É um investimento em mineração para ser usado na siderurgia. Reforça nossa preocupação em agregar valor aos produtos do Estado”, afirmou.

Empresa entra no setor de aços planos

A Gerdau iniciou neste ano, ainda em fase de testes, a operação de um laminador de bobinas a quente na Usina Presidente Arthur Bernardes, em Ouro Branco. A operação comercial vai começar em 2014 e marcará a entrada da siderúrgica no mercado de aços planos, que tem o setor automotivo como principal cliente.

A capacidade do equipamento é de 800 mil toneladas ao ano e deverá atingir 60% de ocupação no ano que vem.
Cerca de R$ 150 milhões serão aportados pela companhia na construção de um centro de industrialização e distribuição de aços planos em Minas Gerais, mas ainda com localização indefinida. A unidade deverá iniciar suas operações em 2016 e prevê a produção e a distribuição de produtos como chapas, fitas, bobinas, perfis e telhas.

Listada nas bolsas de São Paulo, Nova Iorque e Madri, a Gerdau é a fabricante de aço brasileira mais internacionalizada, com presença industrial em 14 países.

Embora esteja iniciando sua experiência no setor de aços planos, é líder no segmento de aços longos nas Américas, com uma capacidade de produção de aproximadamente 25 milhões de toneladas anuais.

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