O governo subiu o tom nesta terça-feira (6) para defender as condições apresentadas às empresas do setor elétrico para renovar as concessões que vencem entre 2015 e 2017, mas admitiu que algumas companhias podem simplesmente desistir da renovação. Após receber críticas do mercado financeiro, o governo resolveu contra-atacar, alegando que analistas fizeram projeções em cima de um desconhecimento do marco regulatório. E avisou que tarifas e receitas ofertadas no futuro serão as mesmas de hoje.
Questionado sobre a possível desistência das concessionárias, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, reconheceu que é "claro" que isso pode ocorrer. Analistas avaliam que empresas como Cemig, Cesp e CTEEP podem optar por não prorrogar os contratos para manter tarifas e receitas mais elevadas até o fim dos contratos em vigência.
O governo insiste, no entanto, que os termos apresentados são favoráveis para que as companhias continuem com as concessões. "Nossa expectativa é de que aceitem. Tenho certeza de que CTEEP e Cemig vão avaliar efetivamente o que significa continuar participando do mercado brasileiro por mais 30 anos", disse o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. Ele descartou que essa possível desistência afete os planos de reduzir a conta de luz em cerca de 20% em 2013.
Para Tolmasquim, o governo já fez sua parte, ao apresentar as propostas, e a bola agora está com as empresas. "Temos de dar tempo para as companhias analisarem os valores e fazerem seus cálculos", disse. "Estamos tentando antecipar quem vai aceitar, mas temos de aguardar até o dia 4 de dezembro, quando devem dar uma resposta. Fazer isso seria ficar especulando." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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