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Com a fraca atividade econômica, que vem afetando a arrecadação de impostos, o governo federal fez, no primeiro semestre, a menor economia para o pagamento de juros da dívida em 14 anos. De janeiro a junho, as receitas superaram em R$ 17,2 bilhões as despesas do governo federal com pessoal, custeio, programas sociais e investimentos. O valor equivale a 0,69% do PIB (Produto Interno Bruto), menos da metade da economia feita pelo governo federal no mesmo período de 2013 (R$ 34,6 bilhões, ou 1,48% do PIB), e representa apenas 21% da meta de superavit primário para o ano. Em junho, houve um deficit primário de R$ 1,9 bilhão, o pior resultado para o mês da série, que começa em 1997. O Tesouro apontou efeito dos feriados da Copa do Mundo sobre o desempenho do mês, além do desaquecimento econômico. "O resultado fiscal foi menos dinâmico", afirmou o secretário do Tesouro, Arno Augustin, ao comentar os dados do ano. "Ele é decorrente de uma receita menos forte, que tem a ver também com atividade econômica do semestre e com a temperatura da economia menor. Isso significa menos inflação." CARTA NA MANGA Segundo o secretário, o Tesouro continua "trabalhando com a meta" e que confia em "dois fenômenos" no segundo semestre para que ela seja cumprida: mais crescimento econômico, com consequente alta de receita, e arrecadação de parcelas do programa de parcelamento de dívidas tributárias, o Refis. No total, a estimativa oficial é que entrem nos cofres públicos R$ 18 bilhões no ano com o Refis. LEILÃO DO 4G Para reforçar seu caixa, o governo trabalha ainda com a entrada de R$ 13 bilhões no ano com a concessão de serviços públicos. Até junho, entrou R$ 1,2 bilhão. Desse total, o governo estima que R$ 8 bilhões venham do leilão da faixa de frequência para internet 4G, previsto para setembro. Para cumprir a meta, o governo conta, ainda, com a arrecadação de dividendos das estatais -no primeiro semestre, foram R$ 10,5 bilhões, valor 36,3% superior ao mesmo período do ano passado. O descompasso entre arrecadação de receitas e gastos do governo fica evidente nos resultados do semestre. As receitas cresceram 7,2% de janeiro a junho, enquanto as despesas tiveram expansão de 10,6% no período, em comparação com o mesmo período do ano passado.