Pós-pandemia

Grande estoque de imóveis para alugar pressiona mercado da locação comercial

Hermano Chiodi
hcferitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 23/04/2022 às 06:30.

O setor de locação comercial acredita que, à medida em que a pandemia de Covid-19 perde a força, a procura por imóveis para alugar aumente em Belo Horizonte (Fernando Michel)

Ao contrário das locações residenciais, que não vêm encontrando dificuldades, a venda e locação de imóveis comerciais ainda não conseguiu se recuperar dos impactos da pandemia de Covid-19, aponta pesquisa FipeZAP+, que monitora o mercado de imóveis no Brasil. Em Belo Horizonte, o preço dos imóveis comerciais caiu 2,28% nos últimos 12 meses, enquanto o valor dos aluguéis teve leve alta, com variação positiva de 0,54%. 

A perspectiva de representantes do setor, no entanto, é que o mercado de imóveis comerciais acompanhe a recuperação percebida no mercado residencial e revigore os números com o fim da emergência de saúde pública provocada pela pandemia, anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última sexta-feira (22). “Os imóveis comerciais foram os mais afetados com a pandemia. Muitos negócios sofreram mutações com os modelos híbridos ou total home office, provocando uma grande vacância”, avalia a presidente da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais), Cássia Ximenes. Segundo ela, o mercado agora espera, “com esperança”, a recuperação do setor.

De acordo com Kênio Souza Pereira, diretor da Caixa Imobiliária Netimóveis, o mercado de imóveis residenciais já se recuperou, com uma diminuição de oferta de quase 50% nas unidades disponíveis. “Porém, para os imóveis comerciais, a oferta ainda é muito maior do que a procura. Essa oferta grande favorece o cliente que quer alugar e pode encontrar mais oportunidades e preços melhores”, afirmou. Segundo ele, “o mercado está em recuperação”.

Algumas imobiliárias, entretanto, afirmam já sent as melhoras do mercado. De acordo com Simone Pinheiro Lima, diretora da Sancruza Imóveis, que aluga imóveis comerciais na região metropolitana de Belo Horizonte, a recuperação do setor vem sendo notada desde o ano passado. “No período mais crítico da pandemia tivemos muitas entregas de imóveis e tivemos que renegociar e dar descontos para locação. Hoje isso não é mais necessário, a gente já percebe um retorno de normalidade”, conta.

Considerando os números nacionais, a pesquisa FipeZAP+ indicou ainda que, entre fevereiro de 2021 e março deste ano, os preços de venda de imóveis comerciais oscilaram próximos da estabilidade (-0,02%), enquanto os preços de locação acumulam uma alta de 3,24%. 

Apesar da baixa em Belo Horizonte, algumas cidades já apresentam altas, como é o caso de Curitiba, que teve alta de 6,24% no preço de venda e 8,35% no valor de locação dos imóveis. Porém, mesmo nas cidades com melhor rendimento, o retorno do investimentos em imóvel não conseguiu ultrapassar o índice oficial de inflação, de 10,54%, medido pelo IPCA/IBGE.

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