A Grécia precisa de 74 bilhões em novos recursos, concluíram as três instituições que supervisionam o programa de resgate da zona do euro em estudo sobre o proposta grega, de acordo com informações dadas por três autoridades europeias à Dow Jones Newswires.
O pacote pode incluir 16 bilhões vindos do Fundo Monetário Internacional (FMI), caso a instituição decida participar do novo pacote de ajuda, afirmaram as fontes. Uma quarta pessoa disse ainda que outra alternativa para os recursos seria a Grécia buscar os mercados de dívida.
Duas autoridades disseram que as três instituições - o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) - acreditam que a proposta grega possa ser a base para negociar um novo pacote "sob determinadas condições".
As informações mostram algumas das dificuldades que podem estar pela frente este final de semana quando os ministros das Finanças da zona do euro e outros líderes se encontram para decidir quanto dinheiro estão dispostos a comprometer no esforço por manter a Grécia com a moeda comum.
Em um encontro dos ministros de Finanças mais tarde neste sábado, a Alemanha, que deseja manter o apoio a Grécia em um nível mínimo, deve discordar das demandas do FMI por um perdão da dívida.
Excluir o FMI do novo pacote de ajuda, porém, criaria problemas em Berlim e outras capitais, onde os parlamentos atrelaram a aprovação de novas ajudas a participação do órgão.
Apenas um acordo unânime sobre o montante de recursos e alívio da dívida vai permitir que a Grécia evite a falência e que os bancos reabram na segunda-feira com euros em suas caixas registradoras.
Se os ministros da zona do euro falharem em chegar a um acordo neste sábado, então o bastão pode ser entregue aos líderes da região, que devem se encontrar em Bruxelas no domingo para uma reunião de emergência. Se houver um acordo neste sábado, porém, dizem as fontes, a reunião de domingo pode não ser necessária.
Ainda assim, não há muito tempo para tomada de decisão. Os bancos gregos podem ficar sem dinheiro até mesmo para permitir saques limitados depois de segunda-feira. No dia 20 de julho, o país ainda terá que pagar 3,5 bilhões referente a bonds e 700 milhões em juros para o BCE.
Sem uma nova ajuda até lá, o governo de esquerda de Alexis Tsipras poderá dar o calote na instituição que manteve os credores na UTI nas últimas semanas. Falhar em pagar o BCE pode levar a corte nos empréstimos de emergência aos bancos gregos, um movimento que provavelmente forçará o governo a imprimir sua própria moeda para recapitalizá-los.
A avaliação das instituições sobre a proposta grega foi enviada aos ministros da zona do euro no início da manhã deste sábado.
Ainda na madrugada de sábado, o Parlamento Grego aprovou novas propostas que incluem cortes em aposentadorias e aumento de impostos, com o apoio de 251 dos 300 parlamentares.
A votação foi apoiada pelos partidos de oposição de centro-direita e centro-esquerda, enquanto 17 parlamentares do partido de Tsipras, o esquerdista Syriza, falharam em apoiar seu próprio governo, com dois votos contra Tsipras e outros se abstendo.
Embora a votação em Atenas não crie nova legislação, autoridades europeias disseram que ela dará uma boa indicação da habilidade do governo e de sua boa vontade em seguir os novos planos.
Ainda assim, mesmo que o tamanho da rejeição na votação tenha sido menor do que alguns analistas temiam e não afete os planos do governo, é um sinal de que Tsipras poderá enfrentar dificuldades para manter os parlamentares do Syriza alinhados caso ele tenha que implementar duras medidas econômicas sob um potencial pacote de ajuda, a menos que ele se mova para reorganizar uma coalizão mais ampla. Fonte: Dow Jones Newswires.
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