A greve dos mais de 24 mil trabalhadores das usinas hidrelétricas em Porto Velho, iniciada no dia 2, completou nove dias. Enquanto não há acordo, apenas serviços essenciais definidos a partir de uma lista apresentada pelas empresas são realizado nos canteiros. Os operários pedem 18% de reajuste sobre os vencimentos brutos e a elevação dos valores da cesta básica, dos atuais 270 para 400 reais. Os consórcios Santo Antônio Energia e Energia Sustentável do Brasil (Jirau) fizeram a proposta de 10% e aumento da cesta básica para 310 reais.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil (Sticcero), Raimundo Soares, haverá uma reunião no fim da tarde desta quarta-feira com os representantes das empresas e a expectativa é que a greve chegue ao fim. "Temos 25 mil trabalhadores nas duas usinas, a grande maioria está participando da paralisação. Vamos participar de uma reunião e ouvir as propostas das empresas, pelo clima de negociação acredito que vamos chegar a um acordo. De qualquer jeito, nós temos de apresentar a proposta das empresas para os trabalhadores, então provavelmente iremos realizar uma assembleia com os trabalhadores antes de qualquer decisão", afirmou o presidente do Sticcero.
Obstrução
A Justiça do Trabalho da 14.ª Região determinou, no dia 3, que o sindicato não obstrua o acesso de pessoas e veículos às instalações da empresa, assim como ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Jirau. Em caso de descumprimento, o sindicato pagaria uma multa diária de R$ 50 mil reais por local ou bem obstruído, invadido, destruído ou ocupado pelos integrantes do movimento paredista.
Força Nacional
Desde a sexta-feira (05), a Força Nacional está em Rondônia para reforçar a segurança nos canteiros de obras das usinas. O reforço na segurança foi pedido pelo governador Confúcio Moura (PMDB). A portaria assinada na sexta-feira pelo ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, diz que a Força Nacional tem como missão assegurar a integridade das pessoas, do patrimônio e a manutenção da ordem pública nos locais em que se desenvolvem as obras de infraestrutura das Usinas de Jirau e Santo Antônio, em "caráter episódico e planejado", pelo prazo de 180 dias. Se necessário, esse prazo poderá ser prorrogado.