Greve do trabalhadores de carros-fortes deixa BH sem dinheiro vivo

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
10/09/2012 às 08:24.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:08

(Carlos Rhienck)

Belo Horizonte está sem dinheiro. O motivo é a greve dos trabalhadores em empresas de carros-fortes (transporte de valores), que nesta segunda-feira (10) completa sete dias.

Eles são os responsáveis pelo abastecimento de bancos, caixas eletrônicos e redes comerciais em BH e no interior de MG.

A maior parte dos caixas eletrônicos dos bancos permaneceu indisponível para saques no fim de semana. E o comércio ficou sem moedas e notas pequenas para trocos. O problema atinge toda a Grande BH.
 

Desabastecimento

Ontem, o Hoje em Dia percorreu o Centro e verificou que praticamente todos os caixas eletrônicos estavam desabastecidos. “Tentei trocar R$ 10 em moedas na lanchonete e não consegui. Quem tem, segura”, disse o pipoqueiro Vanir Garcia, que trabalha na avenida Afonso Pena.

Numa lanchonete da Afonso Pena, a caixa Valcely Martins começou o dia com apenas quatro notas de R$ 5 para o troco. “Todo dia abro o caixa com R$ 100 em notas de R$ 5 e moedas”, disse.
 

Peregrinação

O aposentado Ademir Jorge saiu de Venda Nova às 9 horas e somente às 13h, depois de passar por vários bancos, conseguiu sacar numa agência do Bradesco da avenida Amazonas.

Na agência do Itaú, na Praça 7, um cartaz informava sobre caixas eletrônicos indisponíveis para saque. “Desde a região do Fórum, nenhuma agência tem dinheiro”, disse a manicure Luara do Carmo Andrade, com o filho de 2 meses no colo. Ela precisava do dinheiro para levar o filho ao hospital.

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte de Valores informou que estão parados 500 trabalhadores das áreas de tesouraria, administrativo e vigilância de carro-forte de duas empresas, que representam 60% do transporte em Minas. O reflexo disso compromete o abastecimento de dinheiro em 70% dos bancos.

Também faltou dinheiro em Caeté, Ouro Preto, Divinópolis, Contagem e Valadares. “Vim de Vespasiano para sacar. Lá, desde quinta-feira falta dinheiro”, disse o pedreiro José Maria Pereira.

Minas tem 8 empresas de transporte de valores e 5 mil trabalhadores. O presidente do sindicato, Emanoel Sady, disse que os seguranças fazem jornadas muito longas, às vezes de 16 horas. “Não podem sair do carro nem para ir ao banheiro”, afirmou.

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