Grupo de investidores quer acelerar startups na Zona da Mata

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
Publicado em 13/12/2016 às 19:42.Atualizado em 15/11/2021 às 22:04.

Um grupo de empresários quer transformar a Zona da Mata mineira em um celeiro de startups. Interessados em inovação e ideias que possam maximizar os lucros das próprias empresas, sete investidores de Viçosa formaram um clube de “padrinhos” de novos empreendimentos do segmento. Todos trabalham com tecnologia e já são consolidados no mercado.

A iniciativa quer dar suporte financeiro a projetos e pesquisas acadêmicas que possam ser transformados em produtos comerciais, capazes de crescer em escala nacional e internacional. A ideia, que surgiu em uma conversa entre amigos, ganhou o apoio do Sebrae, que auxilia o grupo com orientações e capacitação dos empresários envolvidos.

O clube pretende começar a liberar os investimentos em projetos escolhidos já no primeiro semestre de 2017. Os valores a serem destinados a cada nova empresa, segundo os idealizadores, podem variar de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão, dependendo de quão interessante possa ser a ideia apresentada ao grupo de investidores.

“O polo tecnológico da Zona da Mata já é uma referência e vem crescendo muito em função da mão de obra abundante vinda das universidades da região. Buscamos encontrar empresas que tenham um espírito empreendedor ativo. Viçosa é considerada referência no desenvolvimento de empresas juniores no Brasil”, conta Alessandro de Freitas Teixeira, diretor de T.I da Cientec e porta-voz do clube.

Orientação

O grupo ainda não está fechado. Pode ser que mais investidores queiram fazer parte do projeto. Os moldes de como o clube irá apoiar essas novas startups também está sendo criado. Segundo Marcus Vinicius Mol Silva, analista técnico do Sebrae da microrregião de Viçosa, que atua diretamente com o clube de investidores na constituição desse modelo de negócio, essas ações têm como grande objetivo movimentar a economia regional.

“O momento de entrada dos investidores nessas novas empresas ainda está sendo definido. Temos que garantir que esse capital seja para incentivar esse novo empreendedor e não que ele acabe se tornando, por exemplo, um funcionário do clube de investidores”, diz Silva.

“Fortalecendo o polo de startups de Viçosa, nós, que temos empresas no ramo de tecnologia, criamos novas oportunidades de crescimento”

Alessandro de Freitas Teixeira
Diretor da Cientec

Cidade já conta com parque tecnológico e oferece benefícios

O ambiente de inovação é característico em Viçosa, na Zona da Mata mineira. Além da Universidade Federal, que mantém uma incubadora de projetos, há um parque tecnológico. Inclusive em 2011,  foi promulgada a Lei de Inovação de Viçosa, que oferece vantagens e benefícios para quem se instalar e produzir novidades tecnológicas na região.
Desde 2015 tem sido trabalhada a formação de uma espécie de “ecossistema de startups” na região, segundo o Sebrae. “Já foram realizadas, inclusive, duas versões do Startup Weekend, com participação de mais de 150 pessoas, e a criação de cerca de 20 empresas do ramo. Além disso, há várias empresas de base tecnológica, pré-incubadas, incubadas e maduras no Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (Centev)”, explicou Marcus Vinicius Mol, analista do Sebrae da microrregião de Viçosa.

Em campo

Em outubro deste ano, os empresários de Viçosa participaram de uma missão empresarial em Belo Horizonte. O objetivo foi conhecer de perto outros grupos de investidores e programas de aceleração de startups da capital, que é uma das referências do país.
Eles visitaram várias empresas, dentre elas a Inseed, uma gestora de fundos de investimento, que faz parte do Instituto Inovação, e a Fundepar, da UFMG, que é gestora de um programa de investimentos que apoia empresas emergentes de base tecnológica por meio do aporte de recursos financeiros e do suporte à gestão.
“A intenção era apresentar os diversos modelos de investimento para que o grupo pudesse selecionar o melhor momento de entrar com esse aporte nas empresas selecionadas para receberem investimentos”, explicou Mol.
Para Alessandro de Freitas Teixeira, um dos empresários do clube de investidores de Viçosa, esse intercâmbio foi fundamental para estudar exemplos do que já está dando certo e aplicá-los na Zona da Mata. “Não queremos reinventar a roda, e sim garantir que estávamos no caminho certo”.

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