Grupo mineiro Uai terá shopping no Morro do Alemão

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
16/02/2013 às 07:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:02
 (Maurício de Souza/Hoje em Dia)

(Maurício de Souza/Hoje em Dia)

O grupo mineiro Uai erguerá, no Rio de Janeiro, o primeiro shopping popular localizado em favela do país. O empreendimento será construído no Morro do Alemão e receberá R$ 20 milhões em investimentos. Parte do capital será próprio. O restante, financiado. A Caixa é um dos bancos cotados para o empréstimo, segundo o sócio da rede de shoppings Uai, Elias Tergilene. O projeto foi anunciado pelo governo carioca na última sexta-feira (15).

O shopping será instalado em uma área de 15 mil metros quadrados e terá 500 lojas. As obras devem durar cerca de seis meses, porém, ainda não há previsão para o início.

A expectativa é a de que seis mil empregos diretos sejam gerados. Conforme afirma Tergilene, todos as vagas para vendedores, seguranças, pessoal de limpeza e manutenção serão ocupadas por moradores do complexo. “Com a pacificação e o corte do tráfico, a renda da comunidade caiu quase pela metade. O centro comercial ajudará a reerguer a região”, diz.

Rentabilidade

O empreendimento é, ainda, um excelente negócio para o empresário. A previsão é de que o aporte seja recuperado em até 10 anos. “Vamos alugar o metro quadrado a um valor mais baixo. Dessa forma, atrairemos os lojistas e viabilizaremos o negócio”, afirma o sócio.

Segundo ele, 60% das unidades serão locadas para os comerciantes da própria comunidade. Eles receberão cursos para gerir as lojas. “O comércio no morro é forte. Tem farmácia, lojas de roupas, lanchonetes, tudo. Eles poderão migrar para o shopping”, comenta.

Assim como a força de vendas, a massa consumidora do morro do Alemão também é forte. Conforme aponta Tergilene, aproximadamente 200 mil pessoas moram no complexo, pacificado no final de 2010. “São 200 mil consumidores”, ressalta.

Capilaridade

O projeto é piloto e a pacificação do morro não foi crucial para que o complexo do Alemão fosse escolhido. De acordo com o sócio do grupo Uai, embora ele tenha se sentido seguro no local, favelas não pacificadas estão em análise para a abertura de shoppings populares, caso o empreendimento dê certo no complexo do Alemão.

Entre os locais em avaliação ele cita o complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mesmo não pacificada, a favela é um dos focos do empresário. “Uma holding foi criada para tocar os projetos. Além de nós, a Central Única de Favelas (Cufa) participará do projeto”, afirma. Outros pontos em observação no Rio de Janeiro não foram citados por Tergilene devido à possibilidade de uma especulação imobiliária. “Vamos checar alguns pontos em São Paulo também”, diz.
 

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