(Carlos Henrique)
Depois do fim do programa automotivo Inovar-Auto, em dezembro, e sem as definições do novo programa, as importações de veículos de passageiros subiu 58% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2016. O programa previa um aumento de 30 pontos porcentuais no IPI de carros que não cumprissem um mínimo de conteúdo nacional.
Em janeiro, o valor importado foi de US$ 272 milhões, menor, no entanto do que em dezembro (US$ 291 milhões), quando o Inovar-Auto ainda estava em vigor. Para o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, ainda é cedo para atribuir o aumento das importações ao fim do programa automotivo. "O aumento nas importações pode estar relacionado com o fim do Inovar Auto, mas também com a maior demanda interna", afirmou.
De acordo com dados do MDIC, houve aumento na compra de automóveis de destinos que eram sobretaxados com o Inovar-Auto, como Coreia do Sul (445%, de US$ 4,4 milhões em janeiro de 2017 para 24 milhões em janeiro deste ano), Alemanha (204%, de US$ 8,8 milhões para US$ 26,8 milhões ), Japão (176%, de US$ 7,6 milhões para US$ 21 milhões) e China (87,5%, de US$ 1,6 milhão para US$ 3 milhões).
Da Argentina, que não tinha as vendas de automóveis para o Brasil sobretaxadas por fazer parte do Mercosul, o aumento na mesma comparação foi de 62,8% (de US$ 70,3 milhões para US$ 114,5 milhões). Do México, que também não tinha sobretaxa por ter acordo automotivo com o Brasil, houve queda de 17,3% no mesmo período (de US$ 60,1 milhões para US$ 49,7 milhões).
Petróleo
Em janeiro, houve crescimento também nas importações de petróleo e derivados (64,1%), também atribuído pelo MDIC à demanda interna aquecida, que aumenta o consumo do produto. Para este ano, apesar do aumento nas compras, a expectativa de Brandão é que haja um superávit na conta petróleo, principalmente por conta do aumento na produção interna.
A previsão do governo é que o superávit da balança comercial chegue a US$ 50 bilhões, considerado significativo, mas abaixo dos US$ 67 bilhões registrados em 2017, recorde anual. "As importações devem crescer a taxas superiores às exportações", completou Brandão.
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