A inadimplência do belo-horizontino – caracterizada por contas atrasadas há mais de três meses – bateu na casa dos 4,7% em julho. O índice é o maior desde março, quando ficou em 4,8%, segundo a Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC) de Belo Horizonte, divulgada ontem pela Fecomércio-MG.
A elevação, segundo o analista de Economia da entidade, Juan Moreno de Deus, é reflexo do período de férias escolares, já que, muitas vezes, as viagens começam a ser contratadas meses antes.
Conforme a pesquisa, 20,7% dos entrevistados não pagaram as contas até o vencimento neste mês, ante 14,2% em junho. “Muita gente prioriza as viagens e deixa as contas de lado”, comenta.
Mulheres no topo
As mulheres lideraram a inadimplência em julho com 72,2% de participação. Os homens representaram 27,8%. Em relação à faixa etária, os mais jovens atrasaram mais os pagamentos.
Os adultos com idade entre 25 e 34 anos representaram 38,9% dos inadimplentes, seguidos pelos consumidores de 45 a 59 anos, com 11,1%.
A baixa escolaridade também chama a atenção. Daqueles que atrasaram as contas por mais de um trimestre, 72,2% têm até a oitava série.
Parcelamentos
O economista alerta para os riscos dos parcelamentos a perder de vista no cartão de crédito, além dos juros exorbitantes.
“As pessoas dividem em 12 vezes, por exemplo. Depois, compram outro produto e, novamente, optam pelo parcelamento. Elas se esquecem que as cobranças uma hora ou outra acabam se encontrando. É aí que começa o descontrole”, afirma.
Para se livrar do problema, a dica do analista de Economia da Fecomércio é adotar a parcimônia diante do cartão de crédito. O dinheiro de plástico, aliás, deve ser a primeira conta a ser paga pelo consumidor que não quer se endividar, devido aos altos juros.
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