Indústria mineira adia retomada e crescimento deve ficar para o segundo semestre

Bruno Porto - Hoje em Dia
11/04/2013 às 06:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:43

Com retração de 3,31% no faturamento de fevereiro, na comparação com janeiro, e de 5,48% nas horas trabalhadas na mesma base de comparação, a esperada retomada do setor industrial mineiro, mesmo que de forma incipiente, acabou adiada para março. O crescimento uniforme, com uma indústria mais robusta, deve ficar para o segundo semestre, caso os indicadores econômicos não sofram uma reviravolta.

A avaliação é do presidente do Comitê de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes. A entidade divulgou ontem o balanço do desempenho do parque industrial mineiro.

O levantamento também aponta para uma redução no nível de utilização da capacidade instalada, que passou de 86,09% em janeiro para 84,32% em fevereiro.


Pior situação

A pior situação foi detectada no setor produtos de metal (estruturas metálicas e peças), com 75,72% de utilização da capacidade. A maior ocupação foi percebida na indústria extrativa mineral, de 96,83%.

Entre todos os segmentos, o de veículos automotores teve o desempenho mais desfavorável, com retração de 32,99% no faturamento.

O encolhimento das receitas é resultado da postergação das férias coletivas de janeiro para fevereiro e uma consequente menor produção e venda.

No segmento de derivados de petróleo e biocombustíveis, o faturamento caiu quase 12%, resultado do período de entressafra, que permanece em março.


Bimestralidade

No setor de celulose e papel foi verificada elevação de 23,46% no faturamento, explicada pela bimestralidade dos embarques de celulose. A matéria-prima para produção de papel é enviada ao clientes internacionais de dois em dois meses e fevereiro foi mês de embarque.

Considerando o acumulado de janeiro e fevereiro, o faturamento da indústria ainda é positivo em 1,92%.

“Janeiro superou as expectativas e fevereiro foi muito ruim. No acumulado, o resultado é positivo e deve se manter assim ou melhorar porque março será um meio termo entre os dois primeiros meses do ano. A recuperação deve começar, porém, ainda isolada em alguns setores. A política do governo também precisa ser para a indústria em geral, e não como é hoje, privilegiando alguns setores”, observou Lincoln Gonçalves.

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