Continua sob controle a inflação oficial no Brasil. Ela é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado na última sexta-feira pelo IBGE. O IPCA subiu de 0,03% em julho para 0,24% em agosto, nada que indique que a inflação voltou a se acelerar, como se dizia nos primeiros meses do ano. Desde janeiro, o índice acusa alta de 3,43% e, considerados os últimos 12 meses, temos um índice de 6,09%. Portanto, dentro da meta inflacionária do governo, que pode oscilar entre 2,5% e 6,5%.
Desta vez, não foi o tomate a provocar o dragão da inflação, mas o leite longa vida. Mesmo que seu preço tenha aumentado menos que em julho, variando de 5,06% para 3,75%, ele liderou o ranking das maiores altas no mês. As regiões que mais produzem leite, como Minas, estão na entressafra.
Para o consumidor de baixa renda, o importante é que o grupo de alimentação e bebidas, cujos preços já haviam caído em julho, registraram variação de apenas 0,01%. Outro item que afeta boa parte da população brasileira, o das tarifas de ônibus urbanos, que tinham recuado 3,32% em julho, caíram mais um pouco, 0,2%. Nos últimos dois meses, as tarifas ficaram menores em 3,5%. Foi divulgado, no mesmo dia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que havia registrado deflação de 0,13% em julho e, em agosto, mostrou elevação de 0,16%. Esse índice acumula alta de 3,33% neste ano e de 6,07% nos últimos 12 meses. O esperado.
O IBGE também divulgou pesquisa sobre produção industrial, agora referente ao mês de julho. Em relação a junho, houve queda de 2% na média das 14 regiões pesquisadas. Em nove, o índice ficou menor. No entanto, na comparação com julho do ano passado, houve avanço de 2%.
A maior retração, de 4,1%, se deu na região mais industrializada, São Paulo, seguida de Pernambuco, Santa Catarina, Amazonas, Espírito Santo e de Minas Gerais, onde a queda foi de 0,7%. A indústria mineira produziu menos, também, na comparação com julho de 2012 – uma queda de 1,3%. Nos sete meses deste ano, a variação negativa foi de 0,2%.
São muitos os fatores para a produção menor da indústria mineira. Um deles é a alta dos juros, que desestimula o consumo. E que deve continuar, conforme a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). E, mais uma vez, a justificativa para tal é “minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos 12 meses, persistam no horizonte relevante”.