Internet durante a Copa é o gargalo das telecomunicações

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
26/03/2014 às 07:20.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:45

(Lucas Prates)

Mandar e-mails, compartilhar fotos nas redes sociais, transmitir vídeos, conversar por aplicativo de mensagens gratuitas. Se em situações comuns o smartphone é o melhor amigo do brasileiro, durante a Copa do Mundo de 2014, que será disputada entre 12 de junho e 13 de julho, ele pode deixar a desejar. Com as aglomerações de público dos 12 estádios que receberão os jogos, inclusive o Mineirão, na região da Pampulha, as operadora terão um enorme desafio pela frente.

Segundo o especialista em tecnologia e diretor da Ledcorp, José Lúcio Balbi de Mello, mesmo com todo o esforço, vai sobrar dor de cabeça para o consumidor.

“Devido à superlotação, se tiver algum problema ele vai refletir primeiro na internet, que vai oscilar. Depois, ela vai pifar. Por fim, os clientes vão ficar sem conseguir se comunicar por voz”, prevê Mello.

O motivo é simples. Ele explica que as antenas instaladas em determinada região só cobrem um pequeno perímetro e, por isso, precisam de reforço. Acontece que, se muitas pessoas se aglomerarem em um certo local, toda a potência da antena é dividida por todos que tentam usar o celular. Trocando em miúdos, é como se as várias ruas de um bairro pequeno estivesse congestionadas por veículos.

Para minimizar os problemas, ele explica que as operadoras já iniciaram a instalação de antenas 3G e 4G nas proximidades dos estádios. Além disso, nos dias de jogos haverá reforço móvel, feito com furgões acoplados a uma estação rádio-base (ERB). Os furgões vão funcionar como pontes, auxiliando no tráfego.

Para atender à demanda, os investimentos das operadoras têm sido altos. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), somente na parte interna dos estádios foram investidos R$ 200 milhões.

No Mineirão, em Belo Horizonte, toda a estrutura já foi montada e está em fase final de testes, praticamente pronta para receber os espectadores. Porém, as operadoras foram impedidas de instalar wi-fi grátis no estádio, segundo o Sinditelebrasil.

Apesar de todo o investimento, o sócio da Orion Consultores Associados e ex-ministro das Comunicações, Juarez Quadros, afirma que é praticamente impossível atender a 100% dos usuários. “Sempre haverá alguém que terá problemas de acesso. O investimento para suprir 100% da demanda é inviável e incalculável”, diz.

O presidente da Teleco Consultoria, Eduardo Tude, atenta para a diferença de frequência em que o 4G é operado em outros países. De acordo com ele, turistas dos Estados Unidos e da Coreia, por exemplo, não conseguirão navegar na quarta geração no Brasil. No entanto, ele afirma que isso não será um grande problema. “Os aparelhos deles são programados para uma frequência diferente. Neste caso, eles usarão o 3G+ ou o 3G, a banda que estiver desocupada”, afirma. 

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