Investidor deve fugir da armadilha do juro baixo e inflação alta

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
Publicado em 27/05/2013 às 07:06.Atualizado em 20/11/2021 às 18:35.

O cenário de juros baixos, incomum para padrões brasileiros, e de inflação alta reduziu significativamente a rentabilidade dos investimentos. Com a Selic em 7,5%, um dos níveis mais baixos da história, e o nervosismo do dragão, o retorno das aplicações mais conservadoras, como CDB, fundos DI ou renda fixa, além da poupança, tem sido engolido.
 
Para ganhar dinheiro nesse cenário, especialistas recomendam a migração de parte dos recursos investidos para produtos mais sofisticados, como fundos multimercados e fundos de ações. Mas a dica só vale para aplicações a longo prazo.
 
“O investidor tem que olhar para as aplicações com prazos mais longos. Ficar só no CDB ou renda fixa é quase o mesmo que perder dinheiro”, alerta o sócio da DLM Invista, Marcelo Castro.
 
Ele faz as contas. Considerando-se uma rentabilidade bruta de 7,5% ao ano, após o desconto de 6% da inflação sobram apenas 1,5%. Sobre isso, ainda incide entre 22,5% e 15% de Imposto de Renda (IR). Ou seja, a rentabilidade real não passará de 1% em 12 meses.
 
“É muito pouco. Daí a necessidade de diversificar. Fundos multimercado e de ações, mesmo com o desempenho ruim da Bolsa de Valores, podem trazer ganhos maiores”, diz.
 
O relógio biológico também tem influência sobre a aplicação do dinheiro. “Quanto mais nova a pessoa for, mais ela deve ser arrojada na carteira de investimentos, pois tem o tempo a seu favor. Mas nunca deve investir tudo o que tem em um produto só”, aconselha.
 
Segundo o analista Paulo Vieira, mesmo quem juntou pouco dinheiro, em torno de R$ 10 mil, consegue diversificar as modalidades de aplicação. E quanto mais, melhor.
 
O tipo de investimento ainda depende do que o sujeito quer da vida e do risco que está disposto a correr. “Na conjuntura do mercado, com juros baixos e inflação em alta, quem quer rentabilidade tem que arriscar. Só não pode ser cardíaco, porque o lucro não é certo”, brinca.
 
Presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais, Paulo Ângelo Carvalho de Souza lembra que todas aplicações, à exceção da poupança, têm um custo, seja com impostos ou taxas de administração. E essa mordida pode reduzir ainda mais a fatia do modesto ganho.

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