Investimentos em Minas Gerais caem R$ 10,8 bilhões e reflete nos empregos

Bruno Porto - Hoje em Dia
29/04/2013 às 11:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:15

Em um ano, os investimentos anunciados pelo governo estadual para Minas Gerais caíram R$ 10,8 bilhões, ou 38,1% de 2011 para 2012. No ano passado, os protocolos de intenções assinados por empresas e governo somaram R$ 17,5 bilhões, ante R$ 28,3 bilhões do ano anterior.

Essa queda se reflete também nos empregos. De 2011 para 2012, a previsão de abertura de postos de trabalho no Estado, entre diretos e indiretos, foi reduzida em 55,4 mil vagas, de 96 mil para 40,6 mil. Os dados são do governo de Minas.

A falta de uma rede de indústrias de alta tecnologia, que gere cadeia de fornecedores e maior agregação de valor é diretamente responsável pelo menor número de vagas. Em 2011, os investimentos em mineração, siderurgia e metalurgia chegaram à cifra de R$ 15,4 bilhões, ou 54,4% do total. Esses desembolsos, segundo o governo, abririam 2.800 postos de trabalho. A indústria química, no mesmo ano, investiu R$ 4,4 bilhões, valor três vezes e meia menor, mas que prometia empregar 21 mil pessoas, sete vezes mais do que o tripé mineração, siderurgia e metalurgia.

“A última vez que Minas Gerais teve uma política voltada para a diversificação da economia foi entre as décadas de 60 e 70, que culminou na atração da Fiat. Esse processo foi interrompido porque os esforços foram canalizados para problemas macroeconômicos, como inflação e endividamento público”, afirma o professor do departamento de economia da PUC Minas, Pedro Paulo Pettersen.

O Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil em 2012 somou US$ 70 bilhões e a previsão para este ano é entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões. “Como Minas está baseada em produtos primários, sejam eles agrícolas ou minerais, e o ciclo é de queda no preço desses produtos, a vulnerabilidade do Estado é grande. Com uma economia diversificada, um setor compensa perdas de outros”, observou Pettersen.

Para o professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, o governo tem as ferramentas necessárias para aumentar a atratividade do Estado para empresas de ponta. “Os bancos de fomento podem ter um trabalho primordial nisso, facilitando a entrada de empresas de alta tecnologia. Outra forma é o investimento público na formação de polos de material humano, com oferta de mão de obra qualificada, que hoje é um dos principais entraves na atração dessas empresas”, afirma. Ele lembra que em Pernambuco foi desenvolvido um polo educacional e que hoje o Estado recebe aportes antes improváveis
 

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