O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo a previsão de inflação e projetou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,6% em março para 5,1% em junho. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi revisado de 5,5% em março para 4,9% em junho. Segundo o Ipea, o comportamento mais favorável das commodities e do câmbio propiciou a revisão.
“De acordo com os pesquisadores, a curva de inflação em 12 meses apresentará uma reversão de trajetória no segundo semestre deste ano, tendo em vista que, as fortes deflações apresentadas no terceiro trimestre do ano passado, não devem ocorrer no ano corrente. Entretanto, apesar da aceleração esperada da inflação, a expectativa é de que ela ocorra de modo bem menos intenso que o projetado anteriormente,” diz o instituto.
Os dados mostram uma melhora na trajetória dos principais índices de preços no país, acentuando o processo de desinflação da economia brasileira no último trimestre. Após iniciar o ano com uma alta acumulada em 12 meses de 5,8%, a inflação medida pelo IPCA, intensificou sua trajetória de desaceleração e, em maio deste ano, esta taxa já era de 3,9%.
Em junho, a expectativa é de que a taxa recue ainda mais, tendo em vista que os dados do IPCA-15 mostram que a alta de 0,04% apontada neste mês foi inferior à observada neste mesmo período do ano anterior (0,69%).
“O principal foco de descompressão inflacionária nos últimos meses está nos preços livres, especialmente alimentos e bens industriais, apesar de parte dessa desaceleração ainda estar ligada à forte queda dos preços administrados, conforme o ocorrido no terceiro trimestre do ano passado”, informa o Ipea.
Para os preços administrados houve recuo de 8,2% para 7,9% na inflação para 2023, reflexo da expectativa de reajustes menos acentuados para os combustíveis e energia elétrica. Já em relação aos preços livres, as previsões indicam um comportamento mais otimista de todos os segmentos que compõem este conjunto de bens e serviços.
Para os alimentos no domicílio, além da alta de apenas 1,2%, acumulada nos primeiros cinco meses do ano, a perspectiva de uma safra maior de grãos este ano, aliada à baixa probabilidade da ocorrência de eventos climáticos, deve proporcionar uma variação de preços menos intensa, fazendo com que a inflação esperada para este grupo caia de 4,5% para 3,7%