De presidente novo após quase 40 anos de existência, a Arezzo quer dar novo salto em 2013 e nos próximos anos. Até dezembro, a companhia que passou das mãos do fundador Anderson Birman, 59 anos, para o filho Alexandre, 36, há três meses, tem como meta a inauguração de 53 novas lojas. Hoje, elas somam 399, entre próprias e franquias, no Brasil e no exterior. A expansão se dará também na área das lojas já existentes, com crescimento projetado em 15%.
Fundador da empresa que nasceu em Belo Horizonte, em 1972, Birman pai passou em março o bastão para Birman filho, que acumula os cargos de vice-presidente de Operações e diretor-presidente. De agora em diante, vai dedicar-se à presidência do conselho da companhia, que engloba quatro marcas estratégicas – Arezzo, Schutz, Alexandre Birman e Anacapri, esta última dedicada à fabricação de sapatos flat (pop e confortáveis).
Hoje líder no Brasil no setor de calçados femininos, a Arezzo, curiosamente, surgiu com a proposta de fabricar sapatos masculinos. Financiados pelo pai, um engenheiro que construía estradas, os irmãos Anderson e Jefferson Birman montaram uma fabriqueta na garagem de casa. Com talento e intuição, logo descobriram que em matéria de calçados as mulheres são consumidoras ideais. E decidiram focar sua produção no público de saias.
Passo a passo, o negócio foi crescendo. O primeiro grande sucesso foram as sandálias Anabela com saltos revestidos em juta, lançadas em 1979. Um ano depois, a fábrica em Minas alcançou a marca de 1,5 milhão de pares ao ano, com dois mil funcionários. Por uma questão de logística, porém, a unidade fabril foi transferida para o Vale dos Sinos, inserido no cluster calçadista do Rio Grande do Sul. “Costumo dizer que a empresa é mineirucha”, brinca Anderson Birman.
Hoje, décadas depois, o grupo comemora a venda de mais de oito milhões de produtos, entre sapatos, bolsas e acessórios. Por ano, são criados 11.500 modelos, divididos entre sete e nove coleções anuais. Em 2012, a receita bruta foi de mais de R$ 1 bi.