(Toninho Almada/Hoje em Dia)
Casas lotéricas de todo o país não receberão o pagamento de contas neste sábado (28) e no dia 4 de agosto. O protesto é uma forma de pressionar a Caixa Econômica Federal a apresentar melhorias na remuneração pelos serviços bancários oferecidos e no sistema eletrônico de apostas. Além disso, entre este sábado e o dia 4 de agosto, não será possível fazer a abertura de contas-correntes e de poupanças nas unidades lotéricas, que atuam como correspondentes bancários.
A decisão foi tomada em assembleia realizada pela Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (Febralot) no último dia 11, em Brasília. Na ocasião, a federação enviou um documento à Caixa em que afirmava ter havido, nos últimos 11 anos, uma desvalorização das tarifas recebidas por transação bancária e no repasse às lotéricas para cada bilhete de loteria vendido.
Um estudo encomendado pela categoria estimou que, no período de agosto de 2001 a julho deste ano, os salários dos funcionários cresceram 157%, enquanto as tarifas recebidas da Caixa pelos lotéricos tiveram aumento de 59%. De acordo com os empresários, dos 21 serviços prestados, 16 são deficitários.
É reivindicada, ainda, a atualização técnica do sistema de apostas. Em nota, o Sindicato dos Lotéricos de São Paulo declarou que o sistema apresenta “sinais de inconsistência” e que o problema é mais grave no início de cada mês, quando se concentram os pagamentos de contas pelos clientes. Uma nova reunião entre a Caixa e os representantes da categoria está agendada para o dia 3 de agosto.
A assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal afirmou que a medida não deverá trazer prejuízo aos clientes, que contam com meios alternativos para pagamento de boletos e abertura de contas.
O diretor de estratégia e distribuição da Caixa, Paulo Nergi, afirmou que a paralisação não afeta o planejamento da empresa, definido desde fevereiro. “Temos uma série de medidas já definidas que apresentaremos na próxima reunião tanto para melhoria da remuneração, quanto para a criação de novos produtos que garantam a sustentabilidade dessas empresas”, disse Nergi.
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