Apesar do crescimento tímido da economia, as empresas mineiras estão se saindo melhor que as do restante do país, de acordo com a pesquisa Barômetro EY, da consultoria e auditoria global Ernst & Young (EY), obtido com exclusividade pelo Hoje em Dia.
O levantamento mostra que 68% das empresas mineiras tiveram um desempenho melhor no segundo trimestre deste ano quando comparado a igual período de 2012. Esse índice está acima do verificado no Rio Grande do Sul (64%), Pernambuco (63%), Bahia (60%), São Paulo (59%), Santa Catarina (57%), Paraná (56%), interior paulista (54%), Distrito Federal (50%) e Goiás (45%).
Em Minas, apenas 32% dos entrevistados disseram que suas empresas tiveram um resultado pior que o do ano passado.
Segundo o sócio-líder do escritório mineiro da EY, Flávio Machado, “no geral, os resultados estão mais ou menos alinhados, com destaque positivo para as empresas mineiras”, disse. “Apesar do contexto de inflação e do cenário internacional ruim, percebemos uma melhora na atividade econômica, o que, de certa forma, até nos surpreende”, completou.
Empregos
Em relação ao quadro de profissionais, os empresários mineiros apontaram para estabilidade. Entre os entrevistados, 41% mantiveram o mesmo número de funcionários na comparação ao observado no ano passado. Já para 32% deles houve aumento nos contratados e 27% admitiram cortes de pessoal. Entre os paulistas, 30% fizeram demissões. “Somando, 73% das empresas mineiras permaneceram com o igual número de empregados ou contrataram”, disse Machado, justificando o baixo índice de desemprego no Estado.
Segundo o IBGE, na média das seis regiões metropolitanas pesquisadas, o índice de desemprego ficou em 5,4% em setembro, contra 4,5% em Belo Horizonte.
Segundo Machado, além da dificuldade para contratar mão de obra especializada em tempos de pleno emprego, as companhias temem perder seu material humano caso a economia volte a decolar. Por isso, não demitem, mesmo que sintam espaço para cortes de pessoal.
Seguindo a linha otimista, boa parte das empresas do Estado – 41% – também afirmou que o desempenho real do segundo trimestre cumpriu o que havia sido planejado em termos de resultados financeiros e de produção. Já para 32% das empresas, esse desempenho real foi melhor que o planejado. Apenas para 27% os resultados ficaram aquém do esperado.
Considerando-se o primeiro semestre deste ano, 64% das empresas da amostra da EY afirmaram que o desempenho foi melhor em relação ao observado no mesmo período de 2012. Uma performance pior à registrada nos primeiros seis meses do ano passado foi apontada por 32% dos entrevistados. Para 4% deles, o desempenho mostrou-se semelhante.
Impactos negativos
Durante o segundo semestre de 2013, a elevada carga tributária foi o fator que mais impactou negativamente as empresas de Minas Gerais. Para 50% dos entrevistados, impostos e encargos trabalhistas em excesso foram prejudiciais aos negócios. De acordo com o sócio-líder do escritório mineiro da EY, Flávio Machado, a queixa é fruto do complexo ambiente tributário no qual as companhias brasileiras estão inseridas.
As baixas margens também serviram de motivo de lamentação. Para 40,9% dos empresários do Estado, a lucratividade diminuiu, seja em função do aumento dos custos operacionais ou das pressões inflacionárias.
A política cambial também apareceu em destaque, citada por 32% das empresas mineiras como fator negativo para o empreendimento. Queda no preço das commodities exportáveis engrossou a lista dos impactos negativos.