Mantega defende corte de investimento da meta fiscal

Cristina Canas e Fabrício de Castro
19/11/2012 às 08:07.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:23

(Valter Campanato/ABr)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (19), em entrevista a um programa de TV, que descontar os investimentos da meta de superávit primário não é uma medida heterodoxa, "é uma medida concedida a países que possuem responsabilidade fiscal". Mantega frisou que isso não é uma novidade e que essa atitude já foi tomada em 2009. Ele justificou o resultado fiscal menor de 2012 afirmando que foi necessário fazer desonerações, ao mesmo tempo em que houve queda na arrecadação.

Mantega lembrou que o país está fazendo uma forte economia com o pagamento de juros e garantiu que, em 2013, o Brasil terá maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e "faremos o superávit cheio". "Em 2013, economizaremos entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões com juros", disse.

O ministro afirmou ainda que no ano que vem o país voltará a mostrar crescimento de produtividade maior do que a alta dos salários, como era em 2010. "Um aumento de salários entre 1,5% e 2% é suportável se a produtividade crescer 3%. E em 2013 vamos voltar a isso", afirmou. Quanto à alta maior do salário mínimo, Mantega afirmou que "isso é uma medida social".

Crise europeia

Mantega disse também que a Europa está mergulhada em uma crise crônica e que está empurrando a solução com a barriga. Ele ressaltou a dificuldade do bloco em colocar medidas em prática e a demora em implantar instituições.

"O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, me disse que a supervisão bancária não sai antes de 2014", afirmou o ministro. Para Mantega, "só aí é que o BCE pode ajudar a Espanha". Na avaliação do ministro da Fazenda, a crise econômica da Europa não vai aumentar, mas haverá baixo crescimento e mais desemprego e "a crise política vai se agravar".

Mantega, que concedeu uma entrevista à Globo News, considera que o mercado financeiro europeu está estabilizado, mas fechado e sem dinamismo. Isso faz com que "o pessoal venha atrás do nosso mercado, e aí temos que defender e não proteger, porque não gostamos de protecionismo".
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