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Material escolar já subiu o dobro da inflação de 2022 e pode encarecer ainda mais

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 06/01/2023 às 07:00.

O ano começou e, com ele, as preocupações com os gastos de janeiro. Entre as maiores dores de cabeça dos pais e mães estão os materiais escolares dos filhos. E, segundo os dados da inflação de 2022 e as expectativas dos fabricantes para janeiro, a preocupação tem razão de existir. Renovar a linha escolar não vai ser barato e vai exigir muita pesquisa e planejamento.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz um levantamento mensal da variação de preços de produtos que compõem a lista de material escolar, incluindo cadernos, livros didáticos e de literatura, além de diversos produtos de papelaria.

Em média, os preços praticados já em dezembro de 2022 estavam 11% maiores do que os preços praticados em janeiro do ano passado. O índice é quase o dobro da inflação oficial, que encerrou 22022 em 5,9%, segundo o IBGE. Mas o reajuste aplicado aos produtos pode ser ainda maior. Levantamento da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) prevê um aumento que pode bater na casa dos 30% no fim de janeiro.

Jeitinho
O reajuste dos preços obriga pais e mães a serem criativos. As estratégias adotadas para fugir das altas são várias, desde a tradicional pesquisa de preços até as compras coletivas e em grupos de pais.

Roseane Aparecida, moradora de Belo Horizonte, é mãe de uma aluna do segundo ano fundamental e, todos os anos, organiza os pais das outras crianças para fazer as compras em conjunto. Segundo ela, a economia compensa e chega a 80% do valor que seria gasto em compras de varejo.

“Este ano, entre os outros materiais, fiz a compra de um kit de mochila e lancheira para minha filha no atacado por R$ 350. Nas papelarias locais e internet está custando, em média, R$ 550”, conta.

Outros pais, como Hildeane Ferreira, preferem fazer as compras com antecedência na internet e dizem que os valores compensam. “A gente sabe o que vai ter que gastar, tem uma ideia da lista de materiais. Por isso, eu comecei a compra em setembro. Comprei lápis, estojos, tudo na internet. O preço chega a ser um terço do que é cobrado nas lojas”, diz.

Planeje
A economista e professora Mafalda Valente destaca que os pais que buscam encaixar o material escolar no orçamento da família precisam se planejar. Ela aponta alternativas como troca de materiais com alunos de anos diferentes ou a busca por livros usados, que podem ser boas saídas.

No entanto, a professora das Faculdades Promove alerta para alguns perigos e lembra que “janeiro é um mês de várias contas, não é só o material escolar”.

“Usar o crédito pode ser uma alternativa. Mas os pais precisam lembrar que vários tributos chegam em janeiro e, geralmente, a fatura do cartão de crédito referente a dezembro também costuma vir mais pesada. Então, é preciso planejar”, destaca.

Mafalda lembra que os pais não precisam comprar tudo de uma vez. O material pode ser adquirido aos poucos, e as próprias escolas sinalizam os livros ou produtos que serão utilizados só no decorrer do ano.

“O ideal é planejar com antecedência e evitar fazer de janeiro uma bola de neve com dívidas que vão se arrastar ao longo do ano”, ensina a professora.

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