A decisão do Governo Federal de reduzir as alíquotas de importação para segurar a inflação dos alimentos é vista com preocupação pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Conforme a entidade, não houve discussão aprofundada com o setor produtivo. Além disso, dizem os empresários, a mudança pode não gerar os impactos esperados na redução do custo para o consumidor.
Segundo a indústria mineira, alguns produtos contemplados pela medida atendem "predominantemente" a um público de renda média e alta. De acordo com a Fiemg, o impacto não será "significativo" na cesta básica da população de menor poder aquisitivo. "Dessa forma, a iniciativa pode se tornar inócua diante do objetivo de baratear os alimentos essenciais".
A Federação afirmou que a medida foi tomada de forma unilateral e voltou a citar as dificuldades enfrentadas pelo setor. "A desoneração tributária é essencial, mas deve ser estendida também à produção nacional, que enfrenta uma carga tributária elevada e custos operacionais significativos".
Para a Fiemg, o setor industrial não pode ser responsabilizado pela alta dos preços. "Os custos tributários e logísticos são repassados ao longo da cadeia produtiva, refletindo-se nos preços finais ao consumidor", informa nota da entidade, que ainda cobra um debate transparente e técnico sobre soluções estruturais. "Que incluam a simplificação tributária e a promoção da competitividade da indústria nacional". A Fiemg reiterou que está disposta a dialogar com o governo
Governo zera tarifa de importação de alimentos na tentativa de reduzir preços
O governo decidiu zerar o imposto de importação de nove tipos de alimentos. A medida foi anunciada nessa quinta-feira (6) na tentativa de segurar a inflação. As medidas foram divulgadas após uma série de reuniões .
Os alimentos que terão os tributos zerados são:
- Azeite: (hoje 9%)
- Milho: (hoje 7,2%)
- Óleo de girassol: (hoje até 9%)
- Sardinha: (hoje 32%)
- Biscoitos: (hoje 16,2%)
- Massas alimentícias (macarrão): (hoje 14,4%)
- Café: (hoje 9%)
- Carnes: (hoje até 10,8%)
- Açúcar: (hoje até 14%)
Segundo o vice-presicdente Geraldo Alckmin, a redução de tarifas entrará em vigor nos próximos dias após serem aprovadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). “O governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”, disse.
Para o vice-presidente, a medida não prejudicará os produtores nacionais, apesar da concorrência com o alimento importado. “Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando. Não vai prejudicar o produtor, mas beneficiar os consumidores”.
* Com Agência Brasil
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