Mercado de ações: Home Broker é ágil e perigoso

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
22/05/2014 às 08:06.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:41
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Enviar ordens de compra e venda para a bolsa de valores pela internet, sem sair de casa, é a finalidade do Home Broker, ferramenta de negociação de ações e títulos de renda fixa por meio eletrônico, dispensando a figura do corretor. Segundo especialistas, essa modalidade de investimento tem atraído cada vez mais brasileiros da faixa etária dos 20 aos 60 anos.

O baixo custo e a agilidade são as principais motivações desses investidores, de acordo com o sócio da assessoria em investimentos, câmbio e serviços financeiros Picchioni, Eduardo Picchioni.

“Geralmente, são pessoas que gostam de tomar a decisão elas mesmas, e essa é uma forma mais ágil de negociar. A partir do momento em que o usuário está logado na plataforma, com dois cliques ele faz a operação”, diz Picchioni.

Na empresa, que utiliza a plataforma Speedtrade, cada ordem executada custa R$ 4,90, independentemente do valor dela.
 
Na prática

O primeiro passo para quem opta pelo Home Broker é cadastrar-se em uma corretora, fornecendo dados pessoais, renda e origem do recurso que vai aportar – segundo Picchioni, não existe um limite mínimo exigido.

Após a aprovação do cadastro, o investidor recebe um login e senha de acesso à ferramenta e pode dar início às compras e vendas para fazer suas operações.

“Na plataforma, a pessoa tem as cotações das ações online, imediatamente, e a compra acontece em milissegundos. Pelo sistema, ela consegue visualizar sua conta corrente, a disponibilidade da carteira, as ações que tem”, afirma o sócio da assessoria.

Cuidados

Dentre os riscos que esse modelo pode oferecer, estão o atraso ou a falta de pagamento de juros do títulos que compões a carteira (inadimplência da empresa da qual se comprou a ação), a falta de demanda pelos ativos e de idoneidade da instituição financeira por trás da plataforma. E, principalmente, as perdas decorrentes de apostas erradas e concentração de investimentos decorrentes da pouca experiência do investidor.

“Também é preciso saber se a corretora é aprovada pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Isso é primordial e pode ser conferido nos respectivos sites”, diz Picchioni.

Segundo ele, no aspecto operacional, a questão do hábito é que merece atenção especial do usuário. Como a ferramenta disponibiliza muitas informações, é necessário familiarizar-se com elas e aprender a usá-las da maneira correta, facilitando as operações.

“Hoje, no Brasil inteiro há grupos operando nesse mercado. Nos Estados Unidos, 90% dos investidores são online trading (utilizam ferramentas online) e nós já estamos caminhando para isso”.

No caso da Picchioni, o Home Broker pode ser acessado pela Web, por meio de um programa instalado no computador, por tablets ou smartphones.

Objetivo deve definir forma de investimento
 
Investir na bolsa por meio do Home Broker, mesmo para um expert no mercado de ações, é sempre uma opção de risco. Pode gerar grandes ganhos, como também perdas difíceis de serem reparadas. Por isso, não é indicado para as pessoas que desejam construir um patrimônimo. Todas os investimentos de maior risco são recomendados aos que já possuem uma posição financeira sólida e podem se dar ao luxo de tirar parte desse patrimônio para arriscar rendimentos maiores.

De acordo com o sócio-diretor da empresa de planejamento financeiro Soma Invest, Janser Rojo, ao contrário do que alguns imaginam, as principais diferenças entre as diversas opções de investimento não está no risco, no volume, no produto, nem no tempo, mas, sim, no objetivo do investidor.

“Quando uma pessoa precisa de dinheiro para comprar uma casa, um carro, por exemplo, ela deve poupar. Já o investimento é feito para não se mexer nunca mais nesse dinheiro e, sim, apenas nos rendimentos que ele vai trazer”, afirma Rojo.

Essa falta de conhecimento é uma ameaça ao investidor, na opinião da professora de Finanças da Fundação Getúlio Vargas/IBS Business School, Neuza Maria Belo.

“O que assusta é que o mercado financeiro não é para amadores. Tem pessoas que ficam ricas e conseguem perder tudo em pouquíssimo tempo. São aquelas que não sabem avaliar a situação nem diversificar”, afirma.
 

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