O mercado imobiliário vive momento de expansão, com disparada de vendas e lançamentos em Belo Horizonte e no restante do país. Só na capital mineira, a comercialização de novas unidades aumentou mais de 60%, na comparação entre os terceiros trimestres deste ano e de 2023. A ascensão é impulsionada pelo uso do FGTS em programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida e à manutenção do alto padrão, de luxo. Em média, 20% do que se vende em BH custa mais de R$ 1,5 milhão.
Os dados são de pesquisas feitas pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Em Belo Horizonte, de julho a setembro, foram vendidos 2.135 imóveis. Nos mesmos meses do ano passado foram 1.331. A recuperação do setor também se reflete no valor geral de lançamentos no Brasil, que alcançou R$ 53 bilhões, alta de 14%.
“Belo Horizonte chega a patamares próximos a 10 mil unidades em 12 meses, o que é quase 50% de aumento se comparado aos últimos três anos. Vemos o mercado de Minas muito ancorado e ajudando na performance do mercado brasileiro”, diz Werner.
O sócio da Brain Inteligência revela que, caso não houvesse novos lançamento de apartamentos em Belo Horizonte e Nova Lima, o estoque seria escoado em pouco mais de cinco meses. “Isso é muito bom, porque mostra realmente uma intenção de compra alta, um mercado aquecido, mas também gera um alerta para a gente conseguir ter um ritmo de reposição de forma mais célere”, acrescenta Guilherme Werner, que vislumbra expansões também para 2025.
Uso da Inteligência Artificial transforma o setor
O uso da tecnologia também é apontado como uma das principais forças motoras da transformação do setor. Ferramentas baseadas em IA estão otimizando processos, como a análise de dados de mercado, automação de atendimento ao cliente e gestão de informações, tornando as transações imobiliárias mais ágeis e acessíveis.
Segundo Julio Viana, cofundador e CEO da Plaza, a IA vem simplificando processos, aumentando a eficiência das imobiliárias e transformando a experiência de locação e compra. “Acreditamos que o mercado imobiliário pode ser tão eficiente quanto o mercado financeiro. Por isso, criamos tecnologias que simplificam processos e atendem às necessidades de um público que busca agilidade e confiança”, afirma. Segundo ele, a IA também fortalece a capacidade analítica das imobiliárias, oferecendo “insights” que permitem chegar a decisões mais assertivas.
Presidente da Netimóveis BH, e vice da CMI/Secovi-MG, Leirson Cunha reforça que a IA tem automatizado tarefas triviais. “Atividades que as pessoas fazem de maneira repetitiva. Então, a IA vira uma espécie de assistente. Só que existe um nível mais elevado que podemos utilizar da inteligência artificial, que, além desse básico, é você fazer alguns treinamentos específicos para assuntos específicos. É o que temos feito”.
Leirson Cunha cita tecnologia desenvolvida na qual é possível “ensinar” os robôs por meio das perguntas e respostas recebidas pelos clientes à procura de um imóvel.
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