O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 1,2% em fevereiro na comparação com o mês anterior, para 78,0 pontos, considerando os dados ajustados sazonalmente. O resultado mantém a tendência de alta iniciada em 2014, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em janeiro, o ICD havia subido 4,8%. "O resultado sinaliza piora do mercado de trabalho em fevereiro", destacou a FGV, em nota.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.
Já o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 4,3% em fevereiro ante janeiro, nos dados com ajuste sazonal, para 71,0 pontos, o menor nível da série, iniciada em abril de 2009. O resultado sucede a queda de 2,4% registrada em janeiro e corrobora a percepção de desaquecimento do mercado de trabalho para os próximos meses, destacou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
"Os resultados apontam que a redução do emprego deve continuar no primeiro trimestre do ano, principalmente pela piora nas expectativas de trabalhadores e empresas em relação ao mercado de trabalho. Adicionalmente, a piora na percepção dos negócios, principalmente no setor de serviços intensivos em mão de obra, deve contribuir também para elevação das demissões e, consequentemente, do desemprego, nos próximos meses", avaliou o economista Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV, em nota.
Dos sete componentes do IAEmp, os que mais contribuíram negativamente em fevereiro ante janeiro foram a expectativa dos consumidores em relação ao emprego futuro (-13,2%) e avaliação mais pessimista dos empresários em relação à tendência dos negócios no setor de serviços (-5,3%).
O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.