Metal - André Matos celebra 25 anos da banda Viper

Cinthya Oliveira - Do Hoje em Dia
29/09/2012 às 09:48.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:40
 (Divulgação)

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  Um dos maiores nomes do heavy metal nacional, André Matos passa por Belo Horizonte neste sábado (29) numa turnê comemorativa dos 25 anos da banda Viper. Além disso, ele acaba de colocar no mercado seu terceiro álbum solo, "Turn of the Lights". Confira, na íntegra, a conversa do roqueiro com o Hoje em Dia.        Quais são as principais diferenças de "Turn of the Lights" para seus álbuns anteriores? Ele está mais "progressivo". Por quê?   É difícil explicar o porquê do resultado de um trabalho, até mesmo porque ele vai tomando forma à medida em que vai sendo feito. Não foi deliberadamente intencional o toque mais progressivo no álbum - mas concordoem relação a isso; de fato, está. Quando você se decide a fazer algo novo, tem sempre três caminhos a seguir: ou se mantém preso ao passado (o que agradaria a uma parte mais conservadora do público, mas por outro lado demonstra um certo oportunismo), ou arrisca tudo numa nova estética (o que desagradaria à parte mais conservadora do público, mas ao mesmo tempo demonstra um certo egocentrismo) - ou tenta buscar um equilíbrio entre os dois extremos, o que resulta num terceiro caminho. E que é o mais difícil: achar a dose exata de inovação, mantendo ainda a própria assinatura musical. Não dá para ficar desatualizado. Ao mesmo tempo, também não dá para achar que se vai reinventar completamente um estilo. E talvez esta seja a maior diferença do álbum atual em relação aos anteriores: ele tem uma dosagem mais bem temperada entre todos esses elementos. Daí, talvez, o acento um pouco mais "progressivo", que nada mais é que a essência do resultado desta experiência.      Por que escolheu Brendan Duffey e Adriano Daga para a produção?   No início, não apenas pelo currículo dos dois (e pela qualidade do estudio no qual trabalham, o Norcal Studios) - mas também pela comodidade de poder realizar todo o processo, da pré-produção à masterização em um só lugar sem ter de viajar para o exterior. Ambos têm experiência internacional, ganharam prêmios Grammy e trouxeram este know-how para o Brasil. Sempre houve bons estudios no Brasil, o que faltava era a mão de obra qualificada, no que diz respeito ao rock pesado. Por isso, até este momento, todas as minhas produções eram rodadas integralmente ou em parte no exterior. Foi um grande conforto poder estar "em casa"; isto possibilitou uma dinâmica incrível no processo de gravação, pois todos trabalhavam praticamente ao mesmo tempo. O que fizemos em 2 meses e meio aqui, levaríamos uns quatro para fazer se fosse fora do Brasil. E o resultado disso é que conseguimos nota máxima nas críticas dos veículos especializados no Japão - o que confirma a excelência da produção. É motivo de orgulho, pois agora podemos dizer que sim, nós podemos entregar um produto competitivo completamente "Made in Brazil".     De que forma a sua formação erudita contribui para seu trabalho no heavy metal?   Acho que o influencia mais na criação dos conceitos do que qualquer outra coisa. Há muito em comum entre a música erudita e o rock pesado: o virtuosismo, a densidade, o ritmo, as melodias e solos... Ambos são estilos musicais em que a improvisação não é o forte, mas a forma conta bastante. Não acho necessário ter formação erudita para fazer boa música; no meu caso foi apenas uma opção pessoal que, sim, me ajudou a enxergar o universo musical de forma diferente.      Quais são suas principais inspirações?   Música erudita! (risos) - E também os clássicos do Metal, como Judas Priest, Iron Maiden, Black Sabbath, Deep Purple... Com o tempo, se aprende a ouvir de tudo e prestar atenção a qualquer coisa que tenha qualidade. Sou um grande fã de Peter Gabriel e Kate Bush, por exemplo. E, como não poderia deixar de ser, considero o Queen a banda mais completa de rock de todos os tempos - e Freddie Mercury, o vocalista preferido.     O Viper está de volta e a banda vai tocar em Belo Horizonte. Como tem sido o retorno? Qual sua expectativa sobre a turnê? Há a intenção de aproveitar o retorno para compor algo inédito?   O retorno se deu em função da comemoração de 25 anos do lançamento do primeiro álbum, Soldiers of Sunrise. Na turnê, tocamos na íntegra o repertório dos dois primeiros álbuns, incluindo alguns bonus inusitados. Nossa previsão era fazer apenas um mês de turnê, mas a demanda foi tão grande que acabamos estendendo-a, e já vamos para o terceiro mês. No entanto, a turnê tem data para acabar, e vai ser no final de Outubro. Não temos a intenção de continuar, até mesmo porque todos têm suas atividades paralelas e outras prioridades (no meu caso, a banda solo e o lançamento do novo CD), então não há nenhuma certeza de que venhamos a trabalhar algum material novo. Isto seria um plano completamente diferente de se fazer uma turnê ao vivo, e sequer conversamos a respeito. De qualquer forma, um DVD está sendo produzido como resultado desta reunião, com as imagens do show de estreia em SãoPaulo e o registro dos inúmeros shows que fizemos ao longo desses últimos meses. Deve ser lançado até o final do ano. 

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