Metas de qualidade da internet desafiam as operadoras

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
10/11/2013 às 07:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:03

(Calos Rhienck - Hoje em Dia)

As novas exigências de qualidade da internet estipuladas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em vigor desde o início deste mês, devem tirar o sono das operadoras de banda larga fixa. Em Minas Gerais, os indicadores dão conta de que as quatro fornecedoras do serviço (Oi, Net Serviços, GVT e Algar Telecom) terão dificuldades de cumprir as metas. Elas não têm conseguido cumprir uma série dos antigos indicadores, que eram mais tolerantes.   Em setembro, conforme apontam os resultados das medições da banda larga fixa realizadas mensalmente pela Anatel, o indicador “perda de pacotes” não teve a meta alcançada por nenhuma das operadoras. A perda de pacotes resulta de falha ou baixa qualidade da conexão e acontece quando parte dos dados não encontra o destino.   A meta em vigor em setembro estipulava que poderia haver no máximo 2% de perda em no mínimo 85% das medições. No dia 1º de novembro, o mínimo aceitável passou para 90% das medições.   A GVT apresentou o pior resultado. Segundo o levantamento, apenas 49,29% das medições tiveram perda de dados inferior a 2%. Em segundo lugar aparece a Net Serviços (63,25%), seguida pela Oi (68,13%) e pela Algar (79,66%).   Longe do ideal   Com relação à disponibilidade, o desempenho das operadoras também passou longe do ideal.Conforme determina a Anatel, a internet deveria estar 99% disponível em pelo menos 85% das medições. Mas não é o que aconteceu com a GVT, em que o indicador foi cumprido em 20,41% das medições, e na Oi, que apresentou 62,93%.   “O serviço terá que melhorar muito para ser coerente com o valor que o consumidor desembolsa”, afirma o sócio da Orion Consultoria Associados e ex-ministro das Comunicações, Juarez Quadros.   Com relação à velocidade, no entanto, os testes realizados em setembro indicam que as operadoras não devem ter problemas. Naquele mês, a velocidade instantânea devia ser de no mínimo 20% da velocidade contratada em 95% das medições. Agora, as empresas terão que entregar 30% do que venderem.   A velocidade média entregue em setembro também foi atendida. A meta era de no mínimo 60% da velocidade média contratada. Agora, será de 70%.   Empresários perdem dinheiro com oscilações   Se para muitos os problemas de qualidade da internet atrapalham na hora de ver um filme, conversar com os amigos ou fazer uploads de fotos e comentários pessoais nas redes sociais, para outros as oscilações do serviço pesam no bolso. E muito. É o caso de Diego Gomes, sócio da Rock Content, empresa responsável por atualizar conteúdo de sites e blogs.   Embora a empresa possua dois links de 100 megabytes (MB), Gomes afirma que é comum a instabilidade do serviço. “Às vezes, as duas param ao mesmo tempo, deixando toda a empresa de mãos atadas. Com a produtividade menor, nossa receita é afetada”, diz.   Interrupções   Ele possui clientes em outros    Estados, além de investidores fora do país. Devido à distância e à praticidade, as reuniões são feitas por aplicativos ou sistemas de voz por protocolo internet (IP). “É comum o serviço ser interrompido no meio de uma reunião”, comenta.   A velocidade entregue é outro problema. “Contratamos 100 MB, mas não é isso que recebemos”, diz.   Leia mais na Edição Digital

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