Dos 30 principais destinos das exportações de Minas Gerais apenas sete registraram aumento nas compras do Estado neste ano, de janeiro a setembro em relação a igual intervalo do ano passado. Dentro deste seleto grupo se destacam países considerados exóticos no comércio global, como Arábia Saudita, Tailândia e Malásia. Os embarques para esses países são de commodities agrícolas e minerais – como açúcar, soja e minérios – e estão ligados às “janelas de oportunidades” que são aproveitadas pelos empresários em períodos de menor demanda em mercado tradicionais, como China e Estados Unidos.

O subsecretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Rogério Bellini, disse que é importante esperar para saber se esses destinos se tornarão parceiros econômicos do Estado ou se tais exportações são apenas pon<CW20>tuais. “Quando os mercados tradicionais estão em dificuldades, a indústria aproveita as janelas do mercado. Nota-se que os produtos que chegaram a esses destinos são agrícolas, onde temos muita competitividade internacional”, afirmou. Ele ainda destacou que são países populosos, o que pode facilitar a entrada de produtos alimentícios.

Recorrer a esses países apenas em momentos de crise, quando as portas estão fechadas ou se fechando com os parceiros tradicionais, revela falta de uma política de exportações mais forte, na avaliação do professor de economia da faculdade Ibmec, Felipe Leroy.

“Esses países (Tailândia, Malásia e Arábia Saudita) possuem renda per capita significativa e taxas de crescimento acima da média mundial nos últimos anos. Por que não agregar valor às nossas exportações via países exóticos? Hoje o valor das exportações são baixos e de commodities, mas estreitar esse relacionamento e deixar de fazer acordos comerciais apenas na crise pode mudar isso”, disse.

Salto

As vendas para a Arábia Saudita foram neste ano 41% superiores às de 2014, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Os dados por produtos, fornecidos pelo governo estadual, estão atualizados até agosto. As exportações de carne de frango saltaram 47% nos oito primeiros meses do ano e somaram US$ 88 milhões contra US$ 60 milhões de igual de intervalo do ano passado.
Foram ainda US$ 40 milhões exportados em açúcar, um valor 23,8% maior que o de 2014. Também foram apuradas exportações de semimanufaturados de ferro e aço, num total de US$ 40 milhões. No ano passado não houve exportação deste produto para a Arábia Saudita.

Para a Malásia, em 2015, açúcar, minério de ferro e soja foram os destaques.

De janeiro a agosto de 2014 aquele país comprou US$ 2 milhões de açúcar de Minas Gerais. Neste ano, no mesmo período, foram US$ 23 milhões, um crescimento de 934%. No mesmo período as compras daquele país de soja em grãos saíram de US$ 44 mil para US$ 6,5 milhões, mais de 14.000% de aumento.

A Tailândia também passou a comprar soja em grãos de Minas Gerais. Em 2014 não foram registradas encomendas, mas neste ano, até agosto, elas somam US$ 77,4 milhões. O país das praias paradisíacas ainda quase dobrou as compras de ração para animais domésticos, que totalizaram US$ 2,3 milhões. Outros US$ 1,2 milhão em pedras preciosas e semipreciosas desembarcaram na Tailândia oriundas de Minas Gerais.

“Volume de exportações mineiras não vai crescer”

Para 2015, tendo em vista que os 10 principais destinos de produtos mineiros reduziram suas compras, o governo estadual calculará qual será o tamanho da queda das exportações apenas no final do ano.

De janeiro a setembro, os embarques estão 26,1% menores do que no mesmo período de 2014, somando neste ano US$ 16,6 bilhões contra US$ 22 bilhões dos nove primeiros meses do ano passado.

“Podemos até registrar variações de valores, em virtude do câmbio. Mas em volume de exportação não vai crescer. O mundo está crescendo menos e, principalmente, a China, o que reflete muito em nossas exportações. O que temos ainda que saber é o tamanho da queda”, disse o subsecretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Rogério Bellini.

Destino

Dentro do continente Sul-Americano, o Peru é o país que m[/TEXTO]ais aumentou suas compras de Minas Gerais. Foram US$ 91 milhões de janeiro a agosto de 2015 contra US$ 38,3 milhões em igual intervalo do ano passado, um aumento de 137%. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), os produtos com maiores aumentos nas exportações foram produtos semimanufaturados de ferro ou aço, seguido por ferro-gusa e veículos de carga.

Para os dois primeiros itens não foram registradas exportações em 2014 e os embarques de veículos de carga somaram US$ 3,5 milhões contra US$ 1,3 milhão do ano passado. Mesmo com o aumento expressivo das compras do Estado, o Peru pouco representa na corrente de comércio de Minas Gerais, respondendo por 0,6% das exportações.

Dentre os países vizinhos ao Brasil, a Argentina é o maior comprador do Estado e o terceiro principal destino de produtos mineiros no mundo.

No mesmo intervalo, no entanto, as exportações para os hermanos caíram 13,3%, de US$ 1,2 bilhão para US$ 1 bilhão. No total, 6,4% de toda exportação de Minas Gerais tem como destino a Argentina.

A Venezuela é o segundo maior parceiro.

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