O Estado de Minas Gerais encerrou setembro com a eliminação de 840 empregos com carteira assinada. O desempenho ruim foi provocado principalmente pela agropecuária, que cortou 14.702 postos no período, e da indústria da transformação, que dispensou 1.877 trabalhadores no mês.
Os resultados ruins, entretanto, foram compensados pela elevação de 9.600 vagas no setor de serviços e outras 5.552 no comércio. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), anunciados nessa quarta-feira (15) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No mês, 197.500 trabalhadores foram admitidos em Minas. Em contrapartida, 198.340 perderam o emprego. E mais uma vez a performance do parque industrial mineiro preocupa. “O mais assustador é que a indústria deveria estar, neste momento, contratando para fazer face às encomendas do Natal. Mas a economia está parada. Veículos, material de transporte e ferro-gusa, por exemplo, estão em retração”, comentou o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu.
No caso da agropecuária, o corte é uma questão de sazonalidade do café. “Geralmente, a colheita começa em regiões mais quentes e termina em lugares com temperaturas mais amenas. Em setembro, está quase no fim”, analisa Eduardo Carvalhaes, do escritório Carvalhaes, especializado em cafeicultura.
No país, o mercado formal registrou a geração líquida de 123.785 empregos. Embora robusto, o número corresponde a uma queda de 41,35% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 211 mil vagas em todo o Brasil. Este foi também o pior resultado para o mês desde 2001, quando foram criados 80.028 postos com carteira assinada. Entre janeiro e setembro, foram abertas 904.913 vagas.
Na avaliação do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o mercado de trabalho tem se mostrado resistente mesmo dentro de um cenário macroeconômico com os demais indicadores ruins. Segundo ele, há uma possibilidade de que o momento mais desfavorável do emprego no país já tenha ficado para trás. “É mais um mês em que a atividade vai mal, a expectativa vai mal, mas o mercado de trabalho vai bem, dando sinais de persistência”, opinou.
