Até segunda-feira (21), o governo de Minas Gerais deverá encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto de um programa inédito de renovação da frota de caminhões do Estado. A proposta é substituir até 70 mil veículos com mais de 30 anos, conforme adiantou ontem o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. A modernização da frota contará com a participação de siderúrgicas, responsáveis pela reciclagem do aço dos veículos. Por meio de nota, a Gerdau confirmou participação na licitação “quando houver abertura do edital pelo governo do Estado”. Segundo o texto, a empresa já recicla automóveis obsoletos por meio de convênios públicos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O projeto deixa representantes do setor otimistas. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Joel Jorge Paschoalin, a iniciativa é positiva tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. “O programa vai fomentar a economia, incentivando a venda de caminhões novos e seminovos de menor idade. Acredito que, a partir do início do ano que vem, o governo anunciará benefícios que facilitem a renovação da frota”, diz Paschoalin. Incentivos A princípio, a proposta é oferecer isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para quem substituir caminhões velhos por novos, segundo o vice-presidente do Sincodiv-MG. “Em São Paulo e no Rio, o programa foi um fracasso. Minas vem com uma proposta diferenciada, vamos ver se vai dar certo”, afirma, referindo-se a iniciativas de menor porte testadas nos dois Estados, mas que não surtiram efeito. Questionado sobre uma possível bolha de consumo no setor, o presidente da Anfavea descartou o risco. “Essa renovação será ao longo do tempo e não haverá bolha”. Em 2012, a frota nacional de caminhões era de 1,76 milhão de unidades em circulação. A idade média dos veículos no mesmo ano era de nove anos e um mês, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores. “Caminhões novos consomem menos e permitem um transporte mais seguro e econômico, além de reduzir a poluição. Como o Brasil transporta quase toda a sua carga sobre rodas, essa renovação é muito importante”, diz o professor de Engenharia de Transportes da Universidade Fumec Márcio Aguiar. (Com agência)