(Lucas Prates/Hoje em Dia)
O cenário econômico para o setor de produção de moda em 2015 é desfavorável e a situação pode não se resolver a longo prazo, na avaliação do presidente da Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe. Para ele, no momento de crise econômica, quem mais sofre no Brasil é quem produz. “O produtor está atrelado aqui e tem um custo fixo. Se a venda cai 25%, já podemos dizer que ele entrou no vermelho. O lucro vira prejuízo. A situação atual preocupa”. Roscoe acredita que a taxa básica de juros (Selic) de 13,75% ao ano não favorece o ambiente de negócios para todos os segmentos da moda no país e em Minas. “Os governantes querem criar uma recessão para combater a inflação. O problema é que a inflação não está vindo do vestuário. A inflação está vindo de preços administrados pelo próprio governo”, disse. Além da política econômica, o presidente da Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios da Fiemg critica os poderes Executivo e Legislativo brasileiros. “A política econômica recente não vai favorecer o desenvolvimento. O Brasil perdeu a noção de país. Falta muita lucidez de quem faz as leis e conduz a política econômica, falta visão de futuro. Infelizmente, essa é a realidade”. “A economia brasileira está vivendo um momento que é um divisor de águas, vamos ter que tomar uma decisão: se vamos ser um pais do futuro ou do passado. Se vamos ter coragem de enfrentar as mudanças, fazer as reformas necessárias para que a sociedade caminhe para a frente ou se vamos ficar estagnados”, completou. Minas Trend Flávio Roscoe também conversou com o Hoje em Dia sobre a 18ª edição do Minas Trend, principal feira de moda e salão de negócios do país, que será realizado entre os dias 6 e 8 de outubro, no Expominas, em Belo Horizonte. Confira a entrevista completa no Página Dois de desta segunda-feira.