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BRASÍLIA - O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse nesta quarta-feira (9) que não houve desabastecimento de energia em 2008, quando ele assumiu o ministério e também que "não haverá agora e espero que jamais haja nesse país". Segundo Lobão, a reunião convocada para hoje do Conselho de Monitoramente do Sistema Elétrico tratou apenas de assuntos rotineiros e não é um encontro emergencial, uma vez que as chuvas voltam a cair no país, neste momento, e irão, aos poucos, reabastecer as hidrelétricas.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada anteontem informou que a presidente Dilma Rousseff tinha convocado a reunião de emergência sobre os baixos níveis dos reservatórios. Atualmente, as usinas estão funcionando abaixo do nível mínimo previsto pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) para este período, de retomada das chuvas e fim do período seco. Com temperaturas que chegam a 40 graus em cidades como o Rio de Janeiro, o consumo de energia com ar condicionado, ventilador e refrigerador tem disparado.
"Temos ainda reservas, térmicas que ainda podemos despachar. Em 2012 agregamos 3.500 MW [no sistema elétrico brasileiro]. Para 2013 temos previsão de agregar 8.500 MW ou mais do que isso", disse. O governo defende que esse aumento de capacidade dá segurança para o setor nos casos de atraso das chuvas.
Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, defendeu que até o fim de abril 3.000 MW estarão no sistema, com térmicas da MPX e da Petrobras implementadas no Nordeste.
Lobão garantiu também o desconto de 20% na conta de luz a partir de fevereiro (Foto Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR)
Tarifas
Lobão defendeu ainda que o desconto médio de 20% nas tarifas, a valer a partir de fevereiro deste ano está mantido e que o despacho de térmicas -que geram energia mais cara- não irá alterar essa previsão. "A redução acontecerá como estava prevista e não é de menos, é de 20% como estava prevista", afirmou.
Hoje, a Folha de S.Paulo informou que o uso das usinas térmicas para poupar os reservatórios das hidrelétricas já custou R$ 1 bilhão ao sistema. A conta pode superar R$ 1,6 bilhão em janeiro. A reportagem mostra que o custo a mais será dividido por todos os consumidores e será sentido pelos residenciais ao longo de 2013, conforme forem sendo feitos os reajustes anuais de tarifa.
O ministro disse também não há possibilidade do acionamento de térmicas a gás desabastecerem a indústria brasileira. "Eu quero dizer que não há menor possibilidade de desabastecimento de gás à indústria."