Apesar de o novo sistema de tarifação das contas de energia elétrica trazer aumento nas despesas do consumidor no início do ano, a implantação das bandeiras tarifárias vai permitir que os usuários façam um gerenciamento mais preciso do consumo doméstico.
Especialistas explicam que, sabendo da bandeira vigente no mês seguinte, o consumidor poderá adotar medidas simples no uso dos eletrodomésticos que trarão redução no valor da conta de luz no final o mês.
Dentre as ações, mudar a chave de temperatura do chuveiro elétrico da posição “inverno” para “verão”, por exemplo, pode reduzir 30% da potência do aparelho e gerar uma queda de até 10% no consumo final.
Verificar se a geladeira está em perfeito estado de funcionamento é outra dica importante. Em condições normais, o eletrodoméstico funciona 360 horas mensais, o equivalente a 12 horas diárias. Geladeiras desreguladas podem funcionar mais de 600 horas por mês e gerar um consumo quase 67% maior.
Novos hábitos
O analista de comercialização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) Ranieri Coelho explica que o cálculo do consumo é feito levando em consideração a potência e tempo de uso dos aparelhos. Para ele, com a mudança de hábitos o consumidor pode conseguir compensar o aumento trazido com o novo sistema de tarifação de energia.
“Diminuir o tempo de uso dos aparelhos não significa abrir mão do conforto, mas sim reduzir os excessos. Hoje, o desperdício de energia equivale ao triplo do que todas as usinas da Cemig produzem por ano”, destaca.
Outro ponto apontado pelo analista são os aparelhos que permanecem no modo stand by (em espera) quando poderiam estar desligados. “Um aparelho de som, por exemplo, consome um média de 20% no modo stand by. O ideal é desligar da tomada tudo que não estiver em uso naquele momento”, alerta.
Entidades discordam
Mesmo não havendo ações judiciais contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vários pedidos de revisão da medida de bandeiras tarifárias foram feitos ao órgão por entidades como a Proteste Associação de Consumidores. “Se situações climáticas e falta de investimentos levaram a situação energética a tal ponto, não é justo que o ônus seja do consumidor”, reclama a supervisora institucional Sônia Amaro.