A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não espera que os preços do petróleo operem consistentemente ao redor de US$ 100 por barril na próxima década, numa avaliação negativa que leva o grupo a considerar a possibilidade de retomar limites de produção para influenciar os mercados da commodity, segundo um esboço do último relatório de estratégia do cartel.
O documento, ao qual o Wall Street Journal teve acesso, prevê que, no cenário mais otimista, as cotações do petróleo estarão em cerca de US$ 76 por barril em 2025, refletindo preocupações da Opep de que a concorrência nos EUA conseguirá lidar com o ambiente de preços baixos e manter a oferta. O grupo contempla ainda situações em que o custo do petróleo poderá ficar abaixo de US$ 40 por barril daqui a dez anos.
"US$ 100 não está em nenhum dos cenários", disse um delegado da Opep na apresentação da estratégia do grupo em Viena, na semana passada.
A Opep tem mostrado dificuldades em responder à forte queda nos preços do petróleo vista desde meados de 2014, causada em parte pela significativa expansão da oferta dos EUA, graças ao óleo de xisto. Anteriormente, o grupo tendia a reduzir sua produção para diminuir a oferta e, desta forma, impulsionar os preços, em momentos de turbulência. No fim do ano passado, porém, o cartel chegou à conclusão de que um eventual corte não teria o efeito desejado.
Além disso, alguns países-membros da Opep, em especial a Arábia Saudita, ampliaram a oferta para o mercado e reduziram preços na tentativa de manter a clientela.
O relatório da Opep sugere a retomada do sistema de cotas de produção que foi abandonado em 2011, após desavenças sobre a parcela que caberia a cada país-membro. Os integrantes do grupo, no entanto, têm relutando em estipular limites por temer que possam comprometer novos negócios. Fonte: Dow Jones Newswires.
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