Oposição denuncia massacre de 150 na Síria

AFP
13/07/2012 às 07:08.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:31

BEIRUTE - Ao menos 150 pessoas foram mortas nesta quinta-feira (12) em uma operação do Exército da Síria contra a cidade de Treimsa, no centro do país, revelou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "Tropas governamentais bombardearam a aldeia utilizando tanques e helicópteros", declarou à AFP por telefone o presidente do OSDH, Rami Abdel Rahman, estimando em 150 o número de mortos. "Tendo em conta o pequeno tamanho da cidade, pode se tratar do maior massacre cometido desde o início da revolução", destacou Abdel Rahman.

Segundo o presidente do OSDH, já foram identificados os corpos de 30 moradores de Treimsa. O líder rebelde Abu Mohamad, que comanda um grupo de combatentes baseado ao norte de Treimsa, disse à AFP na madrugada desta sexta-feira que o ataque deixou "mais de 200 mortos". Abu Mohamad conversou por telefone com um morador de Treimsa ferido que lhe garantiu que há mais de 200 mortos após o ataque de helicópteros, blindados e baterias de foguetes posicionadas nas colinas que dominam a cidade. "O Exército e os 'Shabiha' (milicianos pró-regime) iniciaram o bombardeio contra Treimsa às 11H00 de quinta-feira e só pararam às 21H00", disse Abu Mohamad. "A cidade está cercada e numerosas casas, em chamas. Os habitantes acreditam que o Exército entrará em Triemsa na manhã desta sexta-feira para matar todo mundo".

Treimsa tem cerca de dez mil habitantes, essencialmente sunitas, destacou Abu Mohamad. Segundo um militante residente na província, as forças do regime bombardearam uma mesquita onde estavam refugiados numerosos civis em Treimsa. Um militante que se apresentou à AFP como Abu Ghazi disse por e-mail que Treimsa "está vazia". "Todo mundo fugiu ou morreu". "Ao menos 30 veículos do Exército cercaram a cidade. Não havia como sair. Quem tentou fugir foi morto", contou outro militante, chamado Ibrahim. "Após o bombardeio, o Exército entrou (em Treimsa) com armas leves, seguidos por milicianos 'Shabiha' com
 punhais".

A agência oficial de notícias síria Sana informou que os confrontos envolveram o Exército e um "grupo terrorista" na localidade de Treimsa. A Sana não informa o número de mortos, mas cita "pesadas perdas nas fileiras terroristas" e que três baixas entre os militares.  Pouco antes, o OSDH havia anunciado 69 mortes na Síria nesta quinta-feira, incluindo 17 no ataque contra Treimsa.

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