Em um ano marcado por crises e instabilidade econômica em todo o mundo, o ouro mostrou-se a melhor opção para quem buscou investimentos com boa rentabilidade em 2012. Com variação de 15,26%, a valorização do metal evidenciou o momento de cautela que vivem os investidores.
 
De acordo com o professor de Finanças da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) José Roberto Savoia, o aparecimento do ouro em primeiro lugar no ranking de investimentos é um clichê em épocas de insegurança na economia.
 
“Anos como este trazem sempre as mesmas manchetes. Nada mais claro para evidenciar uma crise econômica mundial do que a valorização do ouro”, afirma Savoia.

O professor de economia e analista de mercado Paulo Vieira confirma. “Apesar das intempéries, o ouro ainda é aquilo que chamamos de reserva de valor. Em 2012, as pessoas ficaram inseguras com tanta crise, além das eleições presidenciais nos Estado Unidos, que causaram muita instabilidade”, diz.
 
Alternativas
 
No cenário brasileiro, outras alternativas também mostraram-se interessantes para os pequenos investidores, segundo Savoia. Com taxas vantajosas e isenção de Imposto de Renda, a poupança se manteve e não perdeu sua atratividade.
 
“Para investidores de alta renda, os fundos imobiliários foram estimulantes, mas eles ainda carecem de mais transparência.
Dão bons retornos ao investidor qualificado, bem colocado no mercado”, afirma Savoia.

Segundo ele, o tesouro direto também trouxe surpresas. “Os títulos atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tiveram, neste ano, boa rentabilidade”, disse o professor da USP.
 
Balanço
 
Para Paulo Vieira, de maneira geral, o ano não teve grandes destaques, principalmente em função do crescimento insatisfatório que o Brasil apresentou, ficando abaixo do que vinha sendo projetado pelo governo e por especialistas.
 
Contudo, segundo o professor, o país avançou em relação a outras economias e, com a proximidade da realização dos eventos esportivos, a tendência é de que sejam movimentadas cifras maiores em território nacional.
 
“Temos material para crescer. O Brasil é riquíssimo em produtos que outros países precisam. Nosso cenário é positivo, resta-nos trabalhar muito para o caso de as projeções se concretizarem”, diz Vieira.
 
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