Sobra insatisfação entre os usuários de aeroportos brasileiros. Pesquisa feita pela Associação de Defesa dos Consumidores Proteste, em 14 terminais do país, mostra que aspectos básicos de infraestrutura, como acesso por transporte público, estacionamento e informações claras, ainda deixam muito a desejar. A 71 dias da Copa do Mundo, com obras correndo contra o relógio, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, aparece entre os mais mal avaliados.
Com 62 pontos em média, numa escala de zero a 100, o principal terminal de Belo Horizonte só perde para Brasília e Guarulhos, em São Paulo, que ficaram com o posto de piores do Brasil (nota 60). E empata com os aeroportos de Santos Dumont, no Rio, e Fortaleza.
“As avaliações evidenciam que as garantias de melhorias à infraestrutura desses locais feitas pelo governo federal não passaram de promessas vazias”, critica a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.
Segundo o levantamento, o único aeroporto tido como bom, exceto pelo péssimo acesso por transporte público e os precários procedimentos de segurança, é o de Recife. Mesmo assim, as instalações de seu estacionamento, juntamente com as de Florianópolis, não passam de aceitáveis. Ainda assim, elas são consideradas muito melhores que as de outros aeroportos, todas inadequadas.
No quesito acesso por transporte público, Confins, com apenas 41 pontos, levou bomba. “A falta de metrô até o terminal certamente é um agravante. Além disso, o preço elevado do táxi ajuda a agravar a percepção ruim do passageiro”, comenta a coordenadora da Proteste.
Estacionamento e bares e restaurantes considerados ruins, com 43 e 47 pontos, respectivamente, também foram destaques negativos naquele que é a principal porta de entrada via área do Estado. Confins ainda ficou com a pior nota (55) no item embarque. E também decepcionou na questão de controles de segurança (49 pontos).

Muitas outras classificações ruins são comuns a praticamente todos os aeroportos brasileiros avaliados na pesquisa, como falta de acesso adequado por carro, demora no tempo de deslocamento até o portão de embarque, procedimentos de segurança impróprios e falta de informações ou informações confusas durante o check in.
Surpreendeu ainda, segundo Maria Inês, constatações como a de que Recife é o único aeroporto cujas cadeiras são classificadas como boas.
Em nota, a Infraero disse que é responsável pelo provimento de infraestrutura nos aeroportos sob sua administração. E não é de responsabilidade da estatal temas como restituição de bagagem e transporte público, por exemplo.
“Com o objetivo de promover melhorias em infraestrutura nos aeroportos, a Infraero está realizando diversas obras e melhorias nos aeroportos de sua rede buscando não somente atender à demanda da Copa como a demanda do setor aéreo para os próximos anos”, informou.