SÃO PAULO - A participação da OGX, empresa do ramo de petróleo do grupo EBX, de Eike Batista, no principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, pode subir dos atuais 2,573% para 5,019% em maio. A informação consta na primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa para o período entre 6 de maio e 30 de agosto, divulgada nesta segunda-feira (1º) pela BM&FBovespa.
O documento também registra a entrada da ação ordinária (com direito a voto) da BR Properties no Ibovespa, totalizando 70 ativos de 65 empresas. Os cinco papéis que apresentam maior peso na prévia da nova composição do índice são: os mais negociados e sem direito a voto (preferenciais) da Vale (8,677%) e da Petrobras (7,992%), o ordinário da OGX Petróleo (5,081%), e os preferenciais de Itaú Unibanco (4,488%) e Bradesco (3,452%).
De acordo com a Bolsa, o critério utilizado para definir trimestralmente a participação de cada ação no índice é o volume de negócios, por isso que o papel da OGX teve aumento em seu peso no Ibovespa, apesar de registrar desvalorização de mais de 40% desde janeiro.
No primeiro trimestre de 2013, a ação ordinária OGXP3 obteve, em média, 25.703 negócios por dia, movimentando R$ 278,9 milhões diariamente.
A BM&FBovespa divulga três prévias das novas composições dos índices. A segunda será apresentada no dia 16 de abril, enquanto a terceira será conhecida no dia 03 de maio. A carteira final do Ibovespa sai no dia 06 de maio.
Impacto Positivo?
De acordo com a analista Luana Helsinger, do GBM (Grupo Bursatil Mexicano), a maior participação do papel da OGX no Ibovespa é positiva, apesar de ainda pequena. "Acho ótimo que o peso dessa ação tenha subido, especialmente porque existem grandes fundos de ações que replicam a composição do Ibovespa, ou seja, agora eles terão que aumentar sua exposição aos papéis da OGX. Mesmo que o aumento não tenha sido muito grande, além do que o mercado esperava, isso pode dar fôlego ao volume de negócios da ação", disse.
O analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, avalia que esse aumento na participação da OGX no Ibovespa não deve, porém, impedir a tendência de queda que as ações têm apresentado nos últimos meses. "O peso que a OGX tem no Ibovespa não altera a crise de confiança que os investidores estão em relação à companhia, após várias promessas não-cumpridas por sua diretoria. Isso só vai mudar quando a empresa começar a apresentar resultados concretos que justifiquem suas projeções de ganhos futuros", avaliou Galdi.
A analista da GBM acredita que para poder reverter essa tendência negativa, o peso da ação da OGX no Ibovespa teria que ser de, no mínimo, dois dígitos. "Mas estamos falando de algo praticamente impossível, pelo menos agora. Uma participação dessas seria maior do que a da Petrobras e da Vale, por exemplo".
Entre janeiro e março de 2013, a ação da OGX teve perda de 47,3%, sendo responsável por 1,3 ponto percentual na queda de 7,5% que o Ibovespa teve no período, registrando seu pior desempenho para um primeiro trimestre em 18 anos.