(Eugênio Moraes - 23/11/2011)
Prestes a ser concedido à iniciativa privada, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, fechou 2011 no vermelho. No ano, o terminal registrou prejuízo operacional de R$ 2,6 milhões, segundo relatório de Desempenho Operacional dos Aeroportos, liberado nesta semana pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No período, o aeroporto gerou R$ 129,9 milhões de receitas, e despesas de R$ 132,6 milhões. Puxaram o resultado para baixo os custos com embarque doméstico, pouso e permanência doméstica de aeronaves, pouso e permanência internacional de aeronaves e armazenagem e capatazia, que, respectivamente, registraram prejuízos de R$ 9,1 milhões, R$ 31,9 milhões, R$ 594,5 mil e R$ 1,2 milhão. Em sentido inverso, as atividades não-reguladas (aluguel de espaços publicitários e de lojas, por exemplo) foram responsáveis por não deixar o resultado pior. Em 2011, elas renderam R$ 37,6 milhões. Grande Filão Apesar do resultado, Confins deve atrair empresas interessadas na concessão. Na avaliação do ex-presidente da Azul Linhas Aéreas e atual conselheiro da companhia, Pedro Janot, a exploração comercial dos aeroportos nacionais é o grande filão da aviação civil. A criação dos aerosshoppings seria o principal atrativo para as empresas que participarão das licitações dos aeroportos de Confins, em Minas, e do Galeão, no Rio de Janeiro. “Em Confins passam 10,2 milhões de passageiros por ano. São 10,2 milhões de clientes”, diz Janot. O fato de Confins operar no vermelho não significa que as tarifas aeroportuárias serão aumentadas pelo futuro concessionário. O professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, afirma que é necessário avaliar a fundo a operação do aeroporto. “Pode ser que alguma parte do aeroporto seja má utilizada. Alterações podem mudar o quadro”, afirma. A situação do Galeão é pior do que a de Confins. Em 2011, o terminal registrou resultado operacional negativo de R$ 187,5 milhões.