Planejamento e avaliação eleva o aprendizado em Minas

30/07/2012 às 22:08.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:58
 (Emmanuel Pinheiro)

(Emmanuel Pinheiro)

Com implantação do Programa de Intervenção Pedagógica (PIP), melhora desempenho dos alunos do ensino básico

A capacitação dos professores se mostra a melhor ferramenta para elevar o nível de alfabetização infantil em Minas. Escolas participantes do Programa de Intervenção Pedagógica (PIP) têm conseguido melhorar os índices de aprendizagem nas avaliações.

Nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Mucuri há escolas onde o nível de aprendizado de todos os alunos está dentro do recomendado, de acordo com padrões internacionais. Uma realidade bem diferente de cinco anos atrás.

Com a implementação do PIP, a melhora do desempenho dos alunos do ensino básico já pode ser observada no Estado. Em 2006,apenas 48,6% das crianças com até oito anos de idade, regulares no 3º ano do ensino fundamental, sabiam ler e escrever, segundo a avaliação do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa).

A partir de 2007, com o início do programa, a aprendizagem já aumentou no primeiro ano para 66%. A partir de então, o índice vem subindo ano a ano. Em 2011, o percentual das crianças que sabem escrever e interpretar textos chegou a 88,9%, quase o dobro de cinco anos atrás.

Com isso, os alunos do 5º ano do ensino fundamental das escolas estaduais de ensino de Minas chegaram à média de 5,8 na última avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do governo Federal, em 2009. A classificação foi a melhor entre todos os estados do País. O PIP tem o foco a aprendizagem do aluno em sala de aula e trabalha na capacitação dos professores para estabelecer novas didáticas. Ele começou sendo implantado nas superintendências de Teófilo Otoni, Januária, Araçuaí e Almenara, municípios da parte Norte de Minas.

Essas unidades foram escolhidas porque essas regiões eram onde se concentravam os mais baixos os indicadores de aprendizado segundo a avaliação do Proalfa. Em boa parte, consequência do também baixo índice de desenvolvimento das cidades mais isoladas.

Em 2008, o programa já estava em curso nas 46 superintendências no Estado, todas sob a coordenação da superintendência central.

Atualmente, o programa já foi implantado e implementado em todas as escolas estaduais de ensino fundamental. A equipe da superintendência central, com cerca de 40 pessoas, realiza o trabalho juntajuntamente com os mais de 1.400 profissionais que estão nas superintendências regionais.

Intervenção pedagógica

"Analisamos junto aos professores,diretores e sindicalistas os resultados dos das avaliações externas do Proalfa, além do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb). Depois se elabora o plano de intervenção pedagógica da escola. Assim, pode-se identificar o que o aluno aprendeu e no que ele encontrou dificuldade", afirma a diretora da Superintendência de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, Maria das Graças Pedrosa Bittencourt.

Um dos exemplos dos bons resultados do programa foi na Escola Estadual Justino Ruas, do Município de Pedra Azul, na região dos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Em 2007, o percentual de alunos com desempenho considerado baixo em leitura e escrita no Proalfa foi de 39,6%. No nível intermediário ficaram 26,4% e no padrão considerado recomendável, apenas 34,1%.

Depois do PIP implementado, em 2008, nesta escola, os resultados começaram a melhorar. De acordo com a diretora da instituição Eliane Santos Figueiredo Marques, as ações desenvolvidas junto aos professores refletiram no desempenho dos alunos na sala de aula. "Nossa escola fica em um bairro com uma comunidade muito pobre. Por isso, as crianças só aprendem na escola. Mesmo com poucos recursos, estamos fazendo ações simples e conseguindo avançar", relata Eliane.

Com as novas práticas, em 2011, 100% dos alunos desta escola se enquadraram dentro da classificação recomendada no Proalfa. No índice que mede a média do nível de alfabetização dos alunos da escola atingiu a média de 651,13 pontos, superando as médias estadual, 603,81 pontos, e municipal,
563,22. Entretanto, os esforços continuam para melhor o aprendizado. Recentemente a escola recebeu um laboratório de informática. As aulas devem começar em agosto.

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