Nas redes sociais há relatos de contribuintes que utilizaram ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para preencher a declaração do Imposto de Renda deste ano. Tal situação levanta uma pergunta importante — até que ponto podemos (ou devemos) confiar em uma IA para tirar dúvidas sobre o tema e lidar com o rigor fiscal do Leão?
“A verdade é que o ChatGPT pode, sim, ser um poderoso aliado”, diz Richard Domingos, diretor executivo da Confirp Contabilidade. “A ferramenta é capaz de explicar conceitos como rendimentos isentos, tributação exclusiva, despesas dedutíveis e até destrinchar artigos da legislação tributária de maneira acessível, muitas vezes em segundos. Para quem tem ao menos um conhecimento básico sobre o IR, o uso da IA pode representar um grande ganho de tempo e entendimento”, acrescenta.
Checagem de dados é fundamental
Entretanto, o especialista alerta: o uso de IA deve ser sempre acompanhado de checagem rigorosa das informações antes do envio da declaração à Receita Federal.
“Se você não souber nada sobre o assunto, é temerário se orientar por uma única ferramenta”, afirma Domingos, pontuando que a ferramenta pode induzir o contribuinte ao erro, “especialmente se você não souber o que está procurando ou se não conseguir identificar quando a resposta está incorreta ou desatualizada.”
Outro ponto crítico é a atualização das informações. O ChatGPT, dependendo da versão utilizada, pode não estar sincronizado com as últimas mudanças da Receita Federal. “Se você perguntar, por exemplo, pela tabela do Imposto de Renda vigente, ele pode te retornar com uma de 2021. Você só consegue forçar uma resposta atualizada se souber exatamente o que está buscando”, explica Domingos.