A política monetária não pode resolver a crise da zona do euro e os governos deveriam se concentrar em romper as garantias implícitas que oferecem aos bancos, afirmou Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, o banco central da Alemanha, e membro do conselho diretor do Banco Central Europeu (BCE).
"A política monetária já fez muito para absorver as consequências econômicas da crise, mas não pode resolvê-la", declarou Weidmann em discurso durante uma conferência econômica na cidade de Aix-En-Provence, no sul da França. A melhor contribuição que a política monetária pode fazer, segundo a autoridade, é garantir a estabilidade dos preços.
Weidmann afirmou que é essencial romper a ligação entre bancos e governos que, em última instância, pesa sobre as finanças públicas. "Os bancos europeus possuem muitos bônus de seus governos", disse, acrescentando que as regras de capital dos bancos devem ser modificadas para que os títulos de dívida soberana que eles possuem sejam ponderados pelo risco. "Nós precisamos de limites para a exposição dos bancos às dívidas soberanas."
A resolução da crise depende da capacidade dos governos de fazer mudanças estruturais nas economias, por exemplo nas pensões e na lei trabalhista, disse Weidmann. A autoridade do Bundesbank concorda com o presidente do BCE, Mario Draghi, que tais reformas podem prejudicar alguns interesses, mas irão aumentar a equidade. Fonte: Dow Jones Newswires.
http://www.estadao.com.br