Portabilidade no financiamento de carro começa a sair do papel

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
24/06/2012 às 09:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:03
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A presidente Dilma Rousseff (PT) escolheu como uma das marcas de seu mandato a guerra contra os juros altos. Elevou o tom, apelou para a TV e para o rádio e mandou o recado duro aos bancos e aos consumidores. O tiro foi certeiro, especialmente em financiamento de veículos, com taxas nunca antes praticadas na história do país. E acabou atingindo também outro alvo, ao incentivar a concorrência e a portabilidade do crédito.

A operação permite a quem fez uma dívida com um banco, pagando determinada taxa de juros, que possa transferir seu crédito, gratuitamente, para outro banco que tenha uma oferta mais atraente. Assim, quem financiou o sonho do automóvel zero km há meses, ou até anos, com taxas mais salgadas, hoje, com outra realidade econômica, pode voltar aos bancos e pechinchar.

Caso o cadastro seja aprovado – o primeiro pré-requisito é ter o nome limpo -, o débito do cliente é transferido do banco onde ele tinha o financiamento para outro com taxas menores. O segundo banco quita a dívida com o primeiro.

Prevista por lei desde setembro de 2006, a modalidade nunca havia sido efetivamente estimulada, nem pelo Banco Central, tampouco pelas instituições financeiras. Por isso mesmo, era quase uma desconhecida de grande parte dos brasileiros.

Agora, com a tesourada nos juros, ganhou status. “Até então, a portabilidade não era interessante. Mas agora está havendo uma inversão. Em um mercado competitivo, isso passa a ser muito positivo. Ganha o cliente e ganha o banco que oferecer melhores condições”, diz a advogada da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Tatiana Viola de Queiroz.

O Hoje em Dia foi a agências bancárias de Belo Horizonte testar se a portabilidade de crédito para carros realmente acelerou. A visita inicial foi a uma agência do Banco do Brasil, o primeiro a propagar o refinanciamento de veículos, com prestações e taxas menores.

Utilizando como parâmetro um empréstimo de R$ 15 mil adquirido em dezembro de 2011, a ser pago em três anos, com parcelas de R$ 580,75 e juros de 1,8% ao mês, foi possível conseguir o que parecia impossível tempos atrás. Em caso de troca para o BB, as parcelas cairiam para R$ 521 e as taxas, para 0,99% ao mês - uma economia de quase R$ 60 reais por mês e mais de R$ 2 mil ao todo.

“Está difícil ganhar da gente”, disse o gerente, que ofereceu até água e cafezinho. No Santander, outra boa surpresa. Tendo como base o mesmo financiamento, foi encontrada taxa de 1,7% e parcelas de R$ 563,15. Ou seja, o cliente deixaria de gastar por mês R$ 17,60 com as prestações.

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