Poupança ficará mais atrativa após alta da taxa Selic

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Publicado em 29/08/2013 às 06:56.Atualizado em 20/11/2021 às 21:26.

Com a taxa de juro básico da economia em 9%, conforme decidido nessa quarta-feira (28) pelo Copom, a poupança volta à sua antiga fórmula de remuneração, que é melhor para o investidor, e se mantém mais rentável que os fundos de renda fixa.

Até quarta-feira (28), o rendimento da poupança estava atrelado à Selic – 70% do juro básico mais Taxa Referencial (TR). Por essa fórmula, com o juro básico em 8,5%, a remuneração da poupança estava em 5,95% ao ano. A partir de hoje, a poupança passa a ser remunerada a 0,54% ao mês, o equivalente a 6,17% ao ano, mais TR.

O rendimento da poupança estava atrelado à Selic desde maio do ano passado. Os valores depositados antes da mudança não sofreram alterações.

Linha de corte

Com a criação dessa linha de corte, o governo buscou impedir uma diferença muito grande entre o rendimento da poupança e dos fundos de renda fixa.
“Como os juros estavam baixando, a poupança ficava muito mais atrativa do que os demais títulos de renda fixa, como os títulos do governo, que são uma importante fonte de financiamento público”, explica o professor da Faculdade Novos Horizontes e consultor financeiro, Paulo Vieira.

Mas, na ponta do lápis, a poupança se mantém mais interessante do que fundos de renda fixa, já que é isenta de taxa de administração e Imposto de Renda (IR). A exceção são os fundos com taxa de administração fixadas em 0,5%, dificilmente encontrados e normalmente oferecidos apenas para grandes investimentos.

Vieira lembra que, além da taxa de administração, a rentabilidade dos fundos é afetada pelo tempo em que o dinheiro fica parado: quanto antes for o resgate, maior será o Imposto de Renda pago e menor o rendimento.

Aplicações com resgate em até 6 meses têm alíquota de IR 22,50%. Para aplicações entre 6 meses e 1 ano, o imposto é de 20%. Quem retira o capital
entre 1 ano e 2 anos, paga 17,5% e, acima de dois anos, 15%.

“É necessário colocar todas as possibilidades na ponta do lápis antes de optar por um fundo de renda fixa. Normalmente, neste cenário é mais vantajoso investir na boa e velha caderneta”, diz.

Migração

Com a Selic mais alta, o mercado iniciará também uma fase de migração dos fundos de renda variável para os de renda fixa, segundo análise do consultor da Global On e professor do Ibmec Frederico Mafra.

“A bolsa e os fundos variáveis tendem a ficar menos interessante. É um comportamento natural do mercado”, diz. Em compensação, os demais títulos de renda fixa, como títulos do governo, tendem a ficar mais atrativos.
 
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