Preço alto limita avanço nas vendas de alimentos saudáveis

Iêva Tatiana - Do Hoje em Dia
03/02/2013 às 07:52.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:39
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Investir em uma alimentação natural e nutritiva é a recomendação dos especialistas para quem deseja ter uma vida saudável, mas, para o bolso do consumidor, a dieta custa caro. Os alimentos orgânicos, cultivados sem uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, por exemplo, chegam a custar de três a cinco vezes mais do que os produtos convencionais.

Na semana passada, nos supermercados de Belo Horizonte, o preço médio da unidade da alface orgânica estava 17,4% acima do cobrado pela alface comum. No caso do tomate, a disparidade é ainda maior: 31,8%. A explicação está na cadeia produtiva desses alimentos, segundo o coordenador do curso de Agronomia da Fead, Marcos Flávio Godoy de Oliveira.

De maneira geral, os adubos empregados no plantio dos alimentos orgânicos liberam nutrientes de forma mais lenta, e os defensivos naturais são menos eficientes do que os da agricultura comum. “Por isso, a produtividade é menor, não só em número como em tamanho. Às vezes, o pimentão orgânico parece mais uma pimenta”, afirma Oliveira.


Preços em alta

Além desses fatores, a publicidade em torno dos produtos orgânicos também vem contribuindo para o encarecimento deles. Com a produção em pequena escala e a demanda aquecida, os preços atingem patamares cada vez mais altos.

“Antes, isso era coisa da roça. Agora, é chique consumir orgânicos. Infelizmente, a maioria das pessoas desconhece os benefícios desses alimentos e se deixa levar apenas pela moda”, diz o coordenador.

A engenheira civil Eliane Parente da Silva não se enquadra no exemplo de Oliveira. Ela não abre mão das hortaliças isentas de produtos químicos por causa de suas faculdades nutritivas, mas também não esconde o descontentamento com os preços. “Acho que falta uma política de incentivo para reduzir os custos desses alimentos. Muita gente acaba comendo besteira porque é mais barato”, afirma Eliane.

Para Oliveira, a produção de orgânicos tem grande chance de se aproximar da convencional, mas o processo será lento. “Ainda precisamos investir em pesquisas que selecionem produtos mais resistentes”, diz.

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