(Marcelo Prates/Hoje em Dia)
A expectativa das mineradoras quanto a uma segunda metade do ano mais rentável deu lugar a angústia diante do aprofundamento da retração dos preços e desaceleração das exportações.
Cotado no fechamento de agosto abaixo dos US$ 90 por tonelada, analistas não acreditam que o minério de ferro volte a superar os US$ 100 em 2012.
Em um ano, o preço do minério caiu a metade. Em agosto de 2011 a tonelada estava cotada a US$ 177 ante US$ 88 de agosto deste ano. No ano, o preço já acumula queda de quase 40%.
Reflexo nas ações
Neste ambiente, as ações das principais mineradoras amargam perdas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa).
Do primeiro pregão do ano até na última terça-feira (4), as ações da Vale derreteram 20%, de R$ 40,9 para R$ 32,4. Os papéis da CSN (siderúrgica com forte base na mineração) caíram de R$ 15,11 para R$ 9,56, retração de 36,7%.
Com altos estoques e vendas externas mais fracas, a China, que dita o ritmo desse mercado, não deverá surpreender o mundo de forma positiva, com aumento significativo das importações, impossibilitando a reação do preço do minério.
Exportações e receita
De janeiro a julho deste ano as exportações de minério de ferro somaram US$ 17,7 bilhões ante US$ 22,1 bilhões de igual intervalo do ano passado, um recuo de 19,9%, ou US$ 4,4 bilhões a menos em receitas.
Para o analista de mineração e siderurgia do Banco Geração Futuro, Rafael Weber, os indicadores econômicos mundiais não apontam para recuperação dos preços neste ano. “O índice que mede a intenção de novos pedidos na China está em retração, as exportações naquele país estão menores e o mundo cresce pouco. Para manter a saúde dos balanços, o freio das companhias será nos investimentos”, afirmou.